Moedas e a tragédia do Elevador da Glória: «Seria uma cobardia alguém demitir-se»
Carlos Moedas rejeitou qualquer ligação entre as suas decisões e a tragédia do Elevador da Glória, que provocou 16 mortos e dezenas de feridos.
«A responsabilidade política é minha. Mas qual é essa responsabilidade? É a de ser acionista de uma empresa à qual dou uma estratégia. Não posso interferir na gestão. Posso apenas dar ou não condições. Foi isso que fizemos. Se alguém provar que alguma ação que tive levou a que a empresa não gastasse o suficiente em manutenção, eu demito-me no dia», disse, em entrevista à SIC, referindo que, no seu mandato, o «investimento em novos equipamentos aumentou 60% e 30% na manutenção».
Carlos Moedas destacou o guarda-freio André Marques, que morreu no acidente: «Foi um herói. Acionou os travões. Fez tudo o que podia.»
O autarca revelou que recusou o pedido de demissão do presidente da Carris e rejeitou a saída de Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da autarquia.
«Daqui ninguém sai. Ninguém se pode demitir disto. Isto é grave demais. Seria uma cobardia alguém demitir-se», referiu, acusando o PS de Lisboa de «aproveitamento político».
«Esta ferida aberta precisa de dias de luto. E não podemos assistir, como eu vi, com repugnância e mágoa, a aproveitamento político de algo como isto. Foram dias em que a vida de muita gente mudou. A minha prioridade é descobrir a verdade e dar respostas às famílias», completou.