Dettwiler continua em estado grave, mas está estável. IMAGO
Dettwiler continua em estado grave, mas está estável. IMAGO

Médico confirma reanimação dos pilotos em pista e há duras críticas no MotoGP

O jornal espanhol AS falou com o médico que assistiu os dois pilotos no circuito de Sepang e confirmou que ambos tiveram de ser reanimados antes de transportados de urgência para um hospital na capital. Ambos estão estáveis, mas as criticas não param dentro do próprio MotoGP

O paddock ficou em choque e o Mundial suspenso durante bastante tempo, enquanto a comunidade do motociclismo aguardava notícias sobre o estado de José Antonio Rueda e Noah Dettwiler, os dois pilotos que na volta de formação do Moto3 tiveram um acidente violento, com o espanhol a bater no suíço que circulava a uma velocidade bastante menor.

O jornal espanhol AS garante que os dois pilotos estão estáveis e fora de perigo, depois de ter falado com Ángel Charte, que lidera a equipa médica de intervenção imediata do Mundial, e que confirmou que reanimou ambos os pilotos em plena pista. Passaram ainda alguma horas, desde a evacuação de urgência, em dois helicópteros, para o hospital da capital, até o médico receber o diagnóstico definitivo de ambos.

Assim, segundo informações fornecidas por Charte ao AS, o boletim clínico de Rueda indicava: «Traumatismo cranioencefálico ligeiro, traumatismo torácico e fratura numa mão», revelou. «Será operado no meu hospital (Quirón Dexeus, em Barcelona) e ficará em observação entre 24 a 48 horas», anunciou o médico.

Quanto ao diagnóstico de Dettwiler, que demorou mais a chegar, confirmou uma situação mais delicada e complexa. «Traumatismo cranioencefálico severo, traumatismo torácico e traumatismo abdominal severo», explicou o espanhol. «Foi entubado e reanimado na pista, sendo evacuado de helicóptero. Sofreu uma rutura do baço e uma fratura exposta da tíbia e do perónio. Está a ser operado. Não há hematoma cerebral», contou.

Nas redes sociais, a indignação perante a decisão da Dorna de realizar a corrida de Moto3, mesmo que encurtada, é enorme, até porque a preocupação e perturbação dos outros pilotos era geral. E não só na caetgoria dos mais jovens. O italiano Pecco Bagnaia foi dos primeiros a tocar no assunto. «Deixar os jovens pilotos [da Moto3] fazerem uma corrida de 10 voltas nessas condições, depois de verem o acidente e helicópteros a levar dois deles... Não é uma ideia perfeita. Eu nunca compreenderia, mas é o que é», disse o italiano. «Felizmente, não sou eu que tenho de tomar essas decisões. Eu nunca faria desta maneira», argumentou o italiano da Ducati.

Joan Mir, que terminou em terceiro lugar na corrida de MotoGP da Malásia, concordou com o bicampeão mundial. «Foi muito difícil para todos os pilotos hoje vestirem os fatos e sair para a pista, dada a situação que vivenciamos na Moto3», assumiu.