Mourinho desesperado ni banco do Benfica - Foto: Miguel Nunes
Mourinho desesperado ni banco do Benfica - Foto: Miguel Nunes

Matemática, bolas no pau e um árbitro com estilo, mas a qualidade...: o que disse Mourinho

A análise do treinador do Benfica na conferência de imprensa após a derrota em casa frente ao Bayer Leverkusen

O Benfica somou a quarta derrota em quatro jogos na Champions. Vai começar a focar-se mais no campeonato?

- Eu sou mais otimista do que isso. Ninguém me vai convencer de que estamos fora. A matemática é muito objetiva, há 12 pontos para jogar e são necessários à volta de nove. A matemática diz que é possível, mas não só. Este jogo convence-me que podemos ganhar os jogos de que precisamos. Foi um jogo muito forte e convincente. Tenho uma visão diferente de vocês e talvez dos adeptos, porque tenho de ver em todas as perspetivas. O resultado é o mais obvio e perdemos. Mas eu tenho de ver a qualidade como atacámos, defendemos construímos desde trás e criámos muitas oportunidades. Em condições normais faríamos um golo e ganhávamos, nem havia grande história. A equipa está a crescer e a jogar cada vez melhor.

Desde que chegou, ainda não perdeu para as competições internas, mas perdeu todos na Europa. O que se diz aos jogadores?

- Já lhes disse que ninguém me pode convencer de que não nos vamos apurar. Não posso dizer já que nos vamos classificar porque seria vender banha da cobra e não o faço. Mas há 12 pontos para disputar e a maneira como a equipa está a jogar e a lutar convence-me. Temos dois jogos até ao final do ano civil e se ganharmos os dois, estamos completamente dentro da possibilidade de seguir em frente. A Champions é o nível mais alto do futebol europeu. Hoje, uma equipa que não criou e não arriscou nada e teve a complacência do árbitro. Mas é uma equipa de um nível muito alto. Com três centrais de muitos milhões e muita qualidade. A meio da 2.ª parte, o adversário mete o Schick, com uma capacidade física impressionante. Só com o Newcastle senti que não íamos conseguir, com o Chelsea não sentimos isso e hoje foi clamoroso. Por isso, temos de ser otimistas e fazer tudo o que fizemos bem hoje. Que foi tudo, menos ganhar.

O Dahl foi substituído quatro minutos depois do erro que cometeu e resultou no golo do Bayer Leverkusen. Mourinho garante que não foi pelo erro que o tirou e assegura que será titular no próximo jogo.

- Para o jogo com o Casa Pia digo já que o Dahl vai jogar. Fez um jogo fantástico. Na primeira parte foi delicioso de ver jogar. Está muito melhor jogador, procura muito mais a profundidade do que antes. Fez um jogo muito, muito, muito bom. Não o tirei para o penalizar pelo erro. É um erro nosso, não dele. Falhámos golos de baliza aberta, quisemos entrar com a bola pela baliza dentro... esses foram erros individuais. O miúdo fez um jogo muito, muito bom. Dói-me o coração por um miúdo que fez um excelente jogo, depois fez uma assistência para o Bayer ganhar sem fazer nada por isso.

É a pressão que está a atrapalhar os jogadores?

- Não acho. Se fosse pressão sentia-se logo. A equipa está com confiança o próprio Trubin não é mágico com os pés e está a melhorar. A equipa está a sair bem. As bolas que foram ao pau não deviam ter ido. Tivemos oportunidades em que temos de dar uma paulada na baliza em vez de tentar entrar com a bola na baliza. O adversário fez um golo num remate à baliza, mas é um adversário difícil, que nos exigiu muito. E a equipa deu tudo o que precisávamos. O futebol às vezes é cruel e acontece isto. Ainda teremos a oportunidade de ganhar um jogo que não merecemos, esse dia chegará. Hoje perdemos um que não merecemos perder.

Lukebakio tem muita influência no ataque, mas sente que lhe falta definir melhor?

- Acho que o vai fazer. Muito do que preparámos tinha o Lukebakio no centro da estratégia e ele fez muito bem, sobretudo na 1.ª parte. Explorou muito bem o espaço deixado pelo Grimaldo, que com posse de bola está em zonas mais interiores, atacou a profundidade, ganhou muito no 1x1, acertou no poste. Ele está a jogar muitíssimo bem, prefiro assim do que aqueles que não se mostram. Ele não tem medo de mostrar-se.

O adversário fez muito antijogo, isso prejudicou a equipa?

- Digo sempre que quando uma equipa faz antijogo, a culpa é do árbitro. Não é do Hjulmand. Ele fez o que eu se calhar faria. Os jogadores do Bayer Leverkusen fizeram o que os do Benfica também podem fazer. A culpa foi do árbitro, que permitiu que isso acontecesse. É um árbitro que eu conheço bem, que tem muito estilo, mas pouca qualidade. Mas não foi por ele que perdemos. Foi porque não fomos eficazes.