Ex-FC Porto fala sobre a morte do filho no dia de Natal
A quadra natalícia é um momento mágico do ano, período festivo de celebração focado em valores como família, partilha, solidariedade, esperança e renovação, com tradições muito próprias. Mas nem todos comungam deste espírito. O argentino Juan Esnáider, antigo avançado que representou o FC Porto em 2002, carrega no peito a dor de ter perdido o filho precisamente no dia de Natal, em 2012.
«O meu filho morreu no dia 25 de dezembro, imagina. Todos os dias são duros, não apenas o de Natal. Para mim são todos, independentemente do ânimo com que me levante e aquilo que tenha de fazer», começou por dizer Esnáider, em entrevista ao podcast 'El Cafelito', com Jose Pedrerol, antigo futebolista argentino.
Fernando Esnáider Ruiz morreu aos 17 anos, em Espanha, devido a uma doença terminal, cuja causa específica da doença não foi divulgada publicamente, mantendo-se como um assunto privado da família.
«Apenas por uma vez a vida foi dura comigo. Isso, sim, foi duro, o resto são baboseiras. Foi o único momento em que a vida foi dura comigo e nunca a vou perdoar. O resto são baboseiras. Jamais consegues recuperar de uma situação destas e está tudo bem em dizê-lo. Creio que uma das coisas boas que isto causou com a minha mulher é que agora falamos sempre de tudo e nunca nos calamos. Se temos de chorar, choramos», acrescentou.
Tal como os outros dois irmãos, Fernando Esnáider Ruiz estava a fazer carreira no futebol, apesar de não ser nenhum craque, como contou o pai: «Aquele pestinha safava-se bem, apesar de ser péssimo a jogar, mas jogava. Era defesa-central e era mau tecnicamente, mas continuava a ser contratado. Não sei o que viam nele. Era um grande miúdo, uma maravilha. Sinto muito a falta dele.»
Juan Esnáider terminou a carreira de jogador em 2005, e passados quatro anos regressou ao futebol, como no Getafe, tendo passado a treinador principal dois anos depois, na equipa B do Zaragoza, seguinod-se Córdoba e Getafe.
Em 2017 mudou-se para o Japão para treinar o JED United, onde permaneceu durante três anos e ainda orientou os também nipónicos Renofa Yamaguchi. Na época passada treinou o PSBS, da Indonésia, e, agora, está sem clube.