Jota, St. Juste, o mercado do Sporting e dos rivais: tudo o que disse Rui Borges
Primeira conferência de imprensa de Rui Borges depois de fechada a janela de verão do mercado de transferências. Por isso acabaram por ser as contrações, as saídas e os falhanços nas chegadas de Jota Silva e do extremo desejado para esquerda, a marcar a antevisão do jogo com o Famalicão. Também se falou do encontro da jornada 5, claro, mas sobretudo de Jota Silva, St. Juste, enfim, do mercado de uma forma geral. Eis tudo o que disse o treinador do Sporting.
– O Sporting tem um ataque forte e o Famalicão está a mostrar ter forte defesa. O que podemos esperar do jogo?
– Vai ser um grande jogo, contra uma boa equipa. O Famalicão entrou bem no campeonato e ainda não sofreu golos. É uma equipa muito agressiva nos duelos, recorre muito às faltas e em 2025 ainda não perdeu em casa. Há 10 jogos que não perde em casa e isso mostra bem a qualidade que tem. Será jogo difícil, contra um bom adversário mas queremos dar uma boa resposta, voltar às vitórias e mostrar o nosso caminho.
– É o primeiro jogo depois da paragem para as seleções. O Sporting quereria ter jogado mais cedo porque vem de derrota com o FC Porto… Podemos esperar o melhor Sporting de volta?
– As exibições têm sido boas. Com o FC Porto, se calhar, não tão boa como as anteriores mas queremos dar já resposta depois de um jogo menos conseguido. Atenção, não fizemos um mau jogo no clássico mas foi mau em termos de resultado. Agora queremos é jogar, respeitando o adversário, que tem qualidade. Vejo a equipa focada e ambiciosa. Quando chegam a jogo todos os jogadores estão muito ligados e a ambição de voltarem a ser campeões é infinita.
Jota Silva e St. Juste
– Falemos de mercado e nomeadamente da contratação de Jota Silva falhada por um minuto. Sente que não houve empenho total, por ser mais um jogador do treinador do que da estrutura?
– O melhor do mercado foi conseguir manter toda a gente da base. Perder uma referência [Gyokeres] e manter o resto da equipa, o Pote [Pedro Gonçalves], Inácio, Trincão, Zeno [Debast]... Foi um grande mérito de todos nós manter jogadores importantes do bicampeonato. Era o nosso maior desejo.
– E sobre Jota Silva?
– Desde o final da época que tínhamos bem identificado o que queríamos. Dentro daquilo que foi o diálogo, estava bem definido de que forma queríamos o Jota. A estrutura tentou ao máximo, é um jogador de que eu gosto. Dentro de um molde que tínhamos identificado, não fugindo a outros nomes que tínhamos como solução e mais difíceis… Infelizmente há duas partes, por tudo o que foi a correria não conseguimos. Fiquei triste, até mais pelo atleta. Infelizmente há duas partes, a do Sporting e a do Nottingham Forest e pela correria não conseguimos. Uma confusão... Fiquei triste. Mas não há lacuna, o mais importante foi termos conseguido manter a base da equipa. Não está, paciência, temos outras soluções… o Alison está a crescer e vão surgir oportunidades para todos jogares darem o seu melhor.
– O St. Juste passou a 5.ª opção central e foi para a equipa B… Porquê?
– O presidente disse tudo. A resposta foi clara para mim também. Já tínhamos identificado desde cedo, partia num 5.º lugar na posição e por tudo o que ele é para o grupo passava pela saída dele. Desde o final da época isso estava falado, bem identificado, estamos todos em sintonia.
– Pode ainda voltar à equipa A?
– O plantel é o que trabalha connosco.
– Mas esclareça-nos: de quem partiu a decisão dele ir para a equipa B? Da estrutura ou do treinador? Ou foi em sintonia?
– Já respondi a isso, foi uma decisão no seu todo, passa por toda a gente, toda a gente tem opinião e foi o que achámos melhor para o grupo.
– Mas este afastamento pode ter influência no ambiente que se vive no seio do plantel?
– O ambiente está bom.
Mais mercado
– Olhando para a forma como os rivais Benfica e FC Porto se reforçaram, quem está mais bem preparado para esta época?
– Todos, de igual forma, melhoraram o coletivo. O nosso grande mérito foi manter a base da época passada, a base de uma equipa bicampeã. Era esse o nosso maior desejo para o mercado. Mas todas as equipas do campeonato português se tornaram mais competitivas, não só os grandes… O Famalicão, o Gil Vicente, o Moreirense... Todos acrescentaram mais qualidade e isso melhora o nosso futebol. Mas o que me preocupa é o meu plantel.
– O Sporting não conseguiu contratar um extremo que tanto procurava… Fica a faltar um jogador para essa posição?
– Tenho tanto, o Maxi, o Mangas... Esqueçam isso. No ano passado não tínhamos soluções e fomos campeões com os miúdos a jogar. Lucas Anjos, Mauro, Flávio... Há muitos miúdos ali à espera de uma oportunidade. Não me queixo de nada disso, estou contente com o plantel que tenho. Gostava de ter contado com o Jota, sim, infelizmente não conseguimos, mas estavam duas partes envolvidas. As outras soluções eram difíceis mas que se calhar em algum momento tentámos ir à luta. O maior mérito do mercado foi mantermos grande parte do plantel.
– Ioannidis pode jogar com Luis Suárez ou um é alternativa ao outro?
– O Ioannidis vai dar muitas soluções e podem encaixar os dois pelas suas características. Vai acrescentar muita qualidade.
Duas baixas, uma dúvida e Nuno Santos
– Como estão Diomande, Maxi e Morita? Recuperam para o jogo?
– Diomande e Morita estão fora do jogo. O Maxi em dúvida, treinou hoje [esta sexta-feira] connosco mas é uma decisão que tomaremos amanhã [este sábado].
– E já sabe quando pode contar com Nuno Santos?
– É com muita pena minha que não posso contar com o Nuno. Apesar de ser ranhoso, mas é um ranhoso positivo. Queria muito contar com ele. Mas é uma lesão muito do dia a dia, mais confusa. O Nuno tem sido um guerreiro, porque tem de ter muita resiliência para ultrapassar isso. É um grande exemplo e uma inspiração pela capacidade de lutar contra as pedras do caminho.
Ioannidis, Quenda e mais jovens
– Os jogadores que vêm do banco, por exemplo Quenda e Vagiannidis, podem acrescentar em relação aos que têm começado de início?
– Trouxeram mais qualidade ao grupo e eles estão preparados para jogar. Mas só posso meter 11 e às vezes custa muito… Mas tenho de tomar decisões, estou cá para isso. Tudo tem uma estratégia de jogo. São dois grandes jogadores, esperam a oportunidade e vão tê-la: vamos entrar num ciclo de jogos e espero que correspondam da melhor maneira quando tiverem essas oportunidades.
– Que jovens estão na calha para aparecerem na equipa A?
– Acreditamos muito na equipa B, que está a fazer um início de época muito bom. Há muitos… José Silva, Bruno Ramos, Felicíssimo, Flávio, Lucas Anjos. O Mauro [Couto]. o Rodrigo [Ribeiro] que também tem estado muito bem connosco, o Rayan que também trabalha todos os dias connosco... Enfim, acreditamos muito na qualidade individual que temos daquele lado.