Internacional espanhol recorda calvário: «Disseram-me que podia perder a perna»

Aos 40 anos, Santi Cazorla continua a espalhar magia, agora nos relvados espanhóis e ao serviço do clube do coração, o Oviedo.

O experiente médio cumpriu inclusivamente de subir com a equipa onde começou a jogar futebol à LaLiga, na última época. Mas a história, diga-se, podia ter sido diferente.

Entre outubro de 2016 e junho de 2018, então no Arsenal, Cazorla esteve sem jogar devido a uma lesão gravíssima no tendão de Aquiles que podia até ter-lhe custado... a perna.

Em entrevista ao L'Équipe, o internacional espanhol recordou o início de tudo, em 2013, nos gunners. «Sofri uma pancada que me fraturou um osso no pé. Foi aí que comecei a levar injeções de corticosteroides para aliviar a dor. Com o tempo, tornou-se insuportável. Praticamente jogava a chorar. Já não sentia prazer. Quando saí do campo nesse dia, disse ao médico: 'Acabou, temos de encontrar uma solução'» lembrou.

Cazorla foi operado, mas não correu bem: «A pele estava muito danificada por causa de tantas injeções. Estava morta e não cicatrizava. Os problemas foram-se acumulando. Durante a cirurgia, contraí uma infeção bacteriana. Aí começou o calvário. Era operado todos os meses, 11 vezes no total, sem que ninguém percebesse o que se passava. Quando regressei a Espanha para uma segunda opinião, tinha gangrena no tendão de Aquiles numa extensão de 11 centímetros.»

«Em Inglaterra, disseram-me que corria o risco de perder a perna, da rótula para baixo. O meu médico espanhol tranquilizou-me. As pessoas diziam que eu estava a minimizar a gravidade da lesão. No final, essa negação ajudou-me a manter o otimismo. Os exames mostraram que o meu braço esquerdo era o mais indicado para fazer um enxerto. Tinha lá a tatuagem da minha filha. Como resultado, agora tenho a outra metade no pé. Hoje, sorrio perante este pequeno sinal do destino», confessou, antes de destacar um gesto de Arsène Wenger, na época treinador do Arsenal.

«Wenger ligou-me e disse: 'Sei que vais ser operado amanhã e que o teu contrato termina no final da época. Preparei-te uma extensão de um ano. Vai tranquilo, concentra-te na tua recuperação'. Jamais esquecerei este gesto tão humano», atirou.

Esta temporada, Santi Cazorla soma sete jogos pelo Oviedo.

Siga o perfil de A BOLA no Google