Inspirada em Ronaldo para lutar com o cancro, Lúcia pintou um quadro de Diogo Jota

Lúcia Cristina está a lutar contra um cancro, mas isso não a impediu de viajar a Dublin para apoiar a Seleção de Portugal e, esta quinta-feira, de marcar presença num encontro entre adeptos, Roberto Martínez e Pedro Proença, no Hotel Intercontinental, na capital irlandesa.

A adepta que já apoia a Seleção há 31 anos chamou as atenções quando ofereceu um retrato de Diogo Jota ao presidente da FPF, que agora o vai oferecer a Rute Cardoso, viúva do antigo internacional português. «Fico feliz porque é um bocadinho da minha força e do meu amor que viaja também com eles», conta a A BOLA, emocionada, devido também às dificuldades por que está a passar.

«Estou a lutar contra um cancro», revela Lúcia, «não pude estar na última deslocação da Seleção, mas agora estou aqui». Uma operação impediu essa viagem de Lúcia, que vai a todo o lado com a Seleção — «já faço um bocadinho parte da mobília» —, mas também inspirou a pintura do quadro de Jota.

«Como estou a passar um momento um bocado complicado, gosto de me concentrar. Antes desse quadro, já não pintava há muito tempo. Foi uma ideia espontânea. Estava no hospital e pensei: 'Vou pintar o Diogo'. Até era um bocadinho complicado, porque não tinha telas, então pedi um pedaço de madeira que eles tinham lá e comecei a pintar.»

Se Diogo Jota foi a inspiração do quadro, Cristiano Ronaldo foi a inspiração para o longo vestido que utiliza, com a cara do capitão em grande plano, assim como para a sua batalha diária.

«Fui eu que fiz esta camisola. Ele é o meu ídolo. Eu sou do Sporting, então acompanhei toda a carreira dele. É uma referência, uma força. Às vezes quando estou assim em baixo, penso na história de vida dele e digo 'não, também vou conseguir, vou superar mais uma terapia, vou para a frente, vou viver mais uns anos'. Quanto mais não seja para ver o Cristiano levantar a taça do Mundial.»

A artista – assim se permite, timidamente, autodescrever – sente uma ligação profunda com todos os jogadores de Portugal. «Eles são um pouquinho como se fossem meus filhos», diz, denotando o impacto pessoal que acompanhar a Seleção por mais de três décadas teve na sua vida. E esta quinta-feira, Lúcia será mais uma portuguesa a gritar pela Seleção, no jogo frente à Irlanda que pode apurar Portugal para o Mundial 2026.

Nesse mesmo encontro no Hotel Intercontinental, Roberto Martínez dirigiu-se brevemente aos adeptos que lá estavam, salientando a união entre os fãs e a equipa das Quinas: «Este estágio é especial porque Portugal já jogou oito Mundiais e agora podemos chegar ao nono. Vocês são a nossa força, os jogadores estão muito focados, comprometidos e quando estamos todos juntos a química é especial.»

Já Pedro Proença destacou o «esforço diabólico» que alguns adeptos fazem para estarem presentes nos jogos da Seleção.

«Tudo o que fazemos é por vocês, que são o nosso 12.º jogador, sem sombra de dúvida. Fazem um esforço diabólico para acompanharem a Seleção. Em nome da FPF e da equipa, agradeço-vos o que fazem por nós. E queremos rapidamente qualificarmo-nos para o Mundial, porque estamos muito mais perto de cumprirmos o nosso sonho de sermos campeões», apontou o presidente da FPF.