Francesco Farioli, treinador do FC Porto - Foto: MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Francesco Farioli, treinador do FC Porto - Foto: MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA

Há sinais de alerta no líder

Fulgor do novo dragão de Farioli já lá vai e SC Braga expôs fragilidades de uma equipa com menos energia. Mas se na má fase continuar a vencer, os adeptos certamente pouco se importarão...

O domingo é sinónimo de almoço de família e prato farto na mesa, mas, ontem, foi à hora do jantar que FC Porto e SC Braga serviram um espetáculo de monta e que encheu a barriga. Os recentes indicadores menos positivos dos dragões, nomeadamente a derrota sem espinhas em Nottingham e o triunfo a ferros em Moreira de Cónegos, deixaram a equipa de Francesco Farioli mais instável e disso se aproveitou o SC Braga: que tremenda exibição fez o conjunto de Carlos Vicens, já muitos furos acima daquele início de época tremelicante e que até fez pairar nuvens cinzentas sobre o futuro do espanhol.

Com a equipa mandona, a jogar no campo todo e esticada também na largura, Vicens já emendou a mão e deixou para trás o futebol de posse estéril e afunilado que os minhotos apresentavam até há poucas semanas e que em Portugal dificilmente resulta.

Com quase um terço de campeonato disputado, o SC Braga foi, de longe, a equipa a oferecer a maior montanha para escalar ao líder, que em vários momentos se viu exposto e em dificuldades. Francesco Farioli colocou este FC Porto a defender bem em bloco, solidário e compacto, mas Bednarek e Kiwior não são os centrais mais rápidos do mundo e a equipa sofre quando a dupla polaca é apanhada em contrapé. É verdade que muito do que fica é o resultado e esse colocou o SC Braga a 15 (!) pontos do topo da tabela, mas, do que se viu ontem, o caminho será risonho.

Depois de uma temporada 2024/25 decadente, Farioli foi revigorante e montou um FC Porto de volta à sua imagem, voraz, a pressionar a saída de bola adversária desenfreadamente e a entusiasmar os adeptos, mas, neste momento, a equipa está em quebra e a precisar de se reencontrar com essa versão do arranque de época. O italiano tentou dar sangue novo com Mora e William Gomes nos lugares de Gabri Veiga e Borja Sainz e acabaram por ser os espanhóis, vindos do banco, a construírem o 2-1 que fez explodir as bancadas do Dragão.

O adepto do FC Porto preferirá ver o copo deste exercício meio cheio e não meio vazio e poderá, de forma legítima, pensar que, mesmo sem deslumbrar, ter amealhado 28 dos 30 pontos em jogo é soberbo, sobretudo olhando para o difícil calendário que a equipa teve de enfrentar. E esse será, na teoria, mais simpático até final de 2025, senão vejamos: Famalicão (F), Estoril (C), Tondela (F), E. Amadora (C), Alverca (F) e Aves SAD (C).