Mário Borges, filho de Rui Borges, durante o duelo entre Alpendorada e Estrela da Amadora - Foto: ESTELA SILVA/LUSA
Mário Borges, filho de Rui Borges, durante o duelo entre Alpendorada e Estrela da Amadora - Foto: ESTELA SILVA/LUSA

Filho de Rui Borges 'imita' o pai na Taça: «Até se meteu comigo, que aliviei bem a bola»

Mário Borges marcou golaço na vitória do Alpendorada frente ao Estrela da Amadora. Equipa do Campeonato de Portugal chega pela primeira vez à quarta eliminatória. Em 2011, Rui Borges jogava no Mirandela, do terceiro escalão, que eliminou o primodivisionário Vitória de Setúbal. Médio comentou possível duelo contra o pai na prova rainha

Mário Borges, filho do treinador do Sporting, fez um dos golos da vitória incontestável (3-1) do Alpendorada diante do Estrela da Amadora. O médio estreou-se a marcar esta temporada e de que maneira, com um golaço de fora da área. A formação do Campeonato de Portugal marca presença pela primeira vez na quarta eliminatória da Taça de Portugal

«Foi um bocado engraçado, porque nós costumámos trabalhar as bolas paradas e eu tinha vindo do banco e olhei para o livre e estava só um homem na barreira e eu virei-me para o mister, que é das bolas paradas, e disse-lhe, posso fazer uma diagonal? Ele disse-me: ‘Vais mas é para ali’. Eu fui e a bola sobrou, não gosto de rematar, os meus colegas na pré-época até se metiam mais comigo, por causa daquele jogo, o Online Soccer Manager. Há uma tática que é remate à vista e, de vez em quando, há treinos que é mais de remate e gosto sempre de rematar», comentou, em declarações depois da vitória do Alpendorada, revelando que recebeu uma mensagem do pai, Rui Borges, logo a seguir ao encontro. 

«Diz-me mais para descansar bem, para me focar no jogo, jogar tranquilo. Até se meteu comigo, que aliviei bem a bola (risos). Falámos de futebol, mas não é aquela conversa de ter de fazer isto ou aquilo. Tenta-me dar os melhores conselhos, coisas simples, comer bem, descansar bem. O resto ele não se mete em nada, porque temos um treinador e ele respeita-o ao máximo», confessou, lembrando quando o pai jogava no Mirandela, no terceiro escalão, em 2011, e eliminou o Vitória de Setúbal, que estava na I Liga. 

«Quando era miúdo e o meu pai jogava no Mirandela, eliminou o Vitória de Setúbal. Lembro-me desse jogo e estava no pensamento. Conseguimos também eliminar uma equipa de I Liga. Mas para a semana vem o Vila Meã e isto já passou», prosseguiu. 

Na próxima eliminatória não será possível, mas o que diz Mário Borges acerca de um possível duelo com o pai? 

«Sendo muito sincero, não gostava, porque eu ia querer ganhar, mas, ao mesmo tempo, não queria que ele perdesse. Mas ia ser um bom jogo. Se calhar ia estar sempre a picá-lo durante a semana e ele ia-se metendo comigo. É sempre bom jogar contra equipas grandes, não podemos fugir a isso, mesmo para o clube era muito bom», admitiu. 

«O segredo foi sermos humildes e equilibrados durante todo o jogo»

Mário Borges destacou a humildade e o equilíbrio do Alpendorada, que se viu a perder cedo, mas, mesmo assim, conseguiu operar a reviravolta. 

«Eu acho que o grande segredo foi o facto de nós olharmos para o jogo com a humildade que olhámos para o jogo da eliminatória contra o Estrela da Calheta. Nós respeitámos muito o adversário, mas humildes e a saber do nosso valor. Entrámos para o campo a saber que eles poderiam ter mais armas que nós, mas acho que nos mantivemos sempre humildes e equilibrados», afirmou. 

João Nuno, treinador do Estrela da Amadora, destacou o facto do Alpendorada ter levado a melhor em quase todas as segundas bolas. 

«É sempre difícil, porque nós também jogámos contra uma equipa de uma divisão abaixo e o nível de motivação e concentração para o jogo leva a um relaxamento. Nós acreditámos que era possível. As duas equipas quiseram, mas se calhar nós quisemos um bocado mais. É sempre aquela típica frase... Nós olhamos para eles e se calhar gostaríamos de estar na posição deles. Nós também queremos mostrar que temos valor para estar onde eles estão, mas, se calhar não tivemos algumas oportunidades que não nos são dadas, outros não aproveitámos o momento», rematou.