Treinador do Alpendorada: «Isto não aconteceu só por demérito do Estrela»
Nuno Barbosa, treinador do Alpendorada, era o rosto da felicidade, depois de a equipa do Campeonato de Portugal ter eliminado o Estrela da Amadora, na terceira eliminatória.
«No nosso campeonato, este é o nosso ADN, organização, competência e reduzir só à nossa vontade. Temos fome, temos um grupo com fome. Hoje foi mais um passo no nosso crescimento. Tem sido um crescimento muito afinado na organização e hoje o jogo trouxe-nos bastantes resultados. Tínhamos uma referência de um jogo do Estrela com este treinador, que podia variar comportamentos. Fomos capazes de reagir e condicionar essas novas dinâmicas do Estrela. Fomos uma equipa com muito controlo emocional. Uma equipa que entra a perder contra uma equipa de I Liga, depois teve um equilíbrio e clarividência de continuar a jogar, continuar a ter bola. Chegámos ao empate com uma grande jogada nossa. Depois fomos crescendo, acima de tudo o carácter que temos dentro da equipa, de acreditar que, nesta mesma sala, na segunda ou terça-feira, o treinador dizer que é possível. Eles foram nessa loucura, porque às vezes é um bocadinho louco dizermos... A diferença é grande, mas conseguimos encurtar essa diferença», referiu, em conferência de imprensa, sendo questionado sobre o que disse aos jogadores ao intervalo, pouco depois de Pauleta ter feito a igualdade.
«Tinha um balneário tranquilo, porque nós, durante o nosso processo, tivemos bons jogos, jogos menos bem conseguidos e com alguns problemas, mesmo na pré-época. Ao intervalo corrigimos duas coisas defensivas, que era o espaço entrelinhas. O Estrela estava a fixar cinco homens na nossa última linha, estavam ali a criar-nos problemas. Foi isso que corrigimos. E as bolas paradas, que o Estrela estava-nos a sobrepor com três homens. Isto é trabalho deles, não aconteceu só por demérito do Estrela, com todo o respeito, foi grande mérito do grupo de trabalho», comentou.
Acerca do golo sofrido cedo, Nuno Barbosa voltou a destacar o controlo emocional.
«O meu feedback foi ter calma e controlo emocional. Para continuar, que ainda era cedo. Foi um cenário que falei que poderia acontecer. Se calhar foi o clique para nos sair um bocadinho de peso desta envolvência. É um jogo com uma equipa de I Liga e traz outra envolvência e de um marco histórico. O Alpendorada consegue chegar pela primeira vez à quarta eliminatória», apontou.
Questionado sobre até onde pode ir o Alpendorada na Taça de Portugal, Nuno Barbosa foi direto.
«Agora não penso onde vamos chegar. Só penso no Vila Meã, que é o nosso próximo jogo. Até terça-feira, façam tudo o que vos deixe felizes. A partir de terça-feira temos de nos ligar naquilo que é a nossa batalha. O nosso campeonato e a Série B, comparo-o à Liga dos Campeões. É um equilíbrio enorme e tudo vai ser decidido no pormenor. Temos de estar na nossa melhor versão e é aí que estamos a focar. Quando chegar a altura da Taça de Portugal, vamos olhar para o nosso adversário, com coragem na mesma. Agora sabemos que o nosso próximo adversário virá com um alerta muito maior», rematou.