FC Porto: regresso da Liga abre porta a criativo

É uma verdade insofismável que o plano de jogo traçado por Francesco Farioli para o jogo com o Nottingham Forest — procurou combater de igual forma a agressividade, correria, vertigem e agressividade do adversário — não resultou, muito por culpa do facto de o FC Porto não ter grande criatividade na zona do meio-campo, valência que perdeu com a ausência no onze de Gabri Veiga, que foi substituído por Pablo Rosario de forma inesperada.

Os dragões tiveram muita dificuldade em colocar a bola na área, em fazer a ligação entre a zona intermédia e o trio atacante composto por Pepê, Samu e Borja Sainz, mas agora, no regresso ao campeonato em Moreira de Cónegos, tudo aponta para que Gabri Veiga volte às opções principais, dando um maior sentido ao jogo ofensivo dos azuis e brancos, que em Inglaterra, diante de uma equipa da Premier League, esteve a léguas daquilo que já apresentou esta temporada.

A única derrota da temporada do FC Porto fez nascer as primeiras críticas. A abordagem tática de Farioli, marcada pela rigidez no sistema de jogo, tem sido apontada como um fator que limita a liberdade criativa dos médios, comprometendo, em algumas ocasiões, o equilíbrio entre a magia ofensiva e a coesão defensiva.

A postura no banco do técnico italiano na segunda parte do clássico com o Benfica foi questionada, tendo em conta que apenas no período de compensação apostou em Rodrigo Mora, capaz de fazer a diferença entre linhas e em espaços reduzidos. A forma como o treinador olha para o que Rodrigo Mora pode acrescentar ao coletivo — ou reduzir, dependendo, claro, do ponto de vista de cada um — volta a ser tema dominante nas últimas horas.

A entrada de Pablo Rosario no onze contra o Nottingham Forest não está a ser bem digerida por grande franja da massa associativa, que começa a ficar igualmente impaciente com o facto de um jogador com o talento de Rodrigo Mora ter nesta altura o estatuto de suplente, quando, por exemplo, Borja Sainz tem feito exibições banais e mantém o estatuto de primeira opção. Uma coisa é certa: Francesco Farioli já terá certamente visto e revisto o vídeo da derrota em Inglaterra e certamente constatará que não esteve feliz na abordagem inicial que fez ao duelo com o Nottingham Forest.

Nesse sentido, e salvo qualquer imponderável, tudo aponta para que Gabri Veiga recupere a titularidade no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, onde tudo aponta para que o FC Porto apresente, na teoria, o seu onze mais forte, ainda que Mora já justifique uma entrada no onze. Sendo um palco historicamente complicado para os dragões, será necessário muita audácia e clarividência no meio-campo para ultrapassar uma equipa que só soma vitórias em casa nos jogos do campeonato. Em relação ao jogo do City Ground, o onze portista deverá apenas ter uma mexida, com a saída de Pablo Rosario — que parece ser uma espécie de jogador fetiche para o treinador — e o regresso de Gabri Veiga. Além desta alteração, os adeptos começam a exigir a presença de Rodrigo Mora também, mas Francesco Farioli não parece inclinado a ir nessa onda...

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