EuroBasket: «A vitória sabe a melão doce de Almeirim!»
«A que é que sabe esta vitória? A um melão. Um melão doce de Almeirim», respondeu o selecionador Mário Gomes depois de Portugal ter batido a Estónia por 65-68 (14-14, 18-13-13-20, 20-21) no quinto e derradeiro encontro do Grupo A e com isso se ter qualificado para os oitavos de final do 41.º EuroBasket. É a segunda vez que tal acontece em quatro participações (1951, 2007, 2011) e depois de Espanha-2007.
A pergunta fazia sobretudo sentido porque o treinador, invariavelmente durante toda a fase de apuramento e nesta fase final, quer aos jogadores como nas conferências de imprensa, sempre utilizou a metáfora do melão, tal como os jogos, só se sabe se são bons depois de serem abertos. E este estava ainda a saber-lhe bem.
Mas, as primeiras palavras de Gomes foram para dedicar a importante vitória conquistada sem o contributo de Neemias Queta a partir da segunda metade do 3.º quarto (37-38).
«Sobre estes jogos não há muito a dizer. Era um encontro em que se ganhássemos cumpríamos o objetivo que havia sido colocado, de nos qualificarmos para a próxima fase, se perdêssemos iriamos para casa amanhã. Agora é um problema para ele, que terá de marcar novos voos. Mas esse é um problemas dele, não meu. Estou muito bem aqui, em Riga», diz olhando para o lado direito da sala de conferências da Xiaomi Arena.
«Mas, o meu primeiro pensamento no final da partida foi que estamos a viver este momento porque se trata de um trabalho de equipa e quero dedicar esta conquista aos quatro jogadores que nos ajudaram muito na qualificação e não puderam estar cá: André Cruz (lesionado), Ricardo Monteiro (cortado do lote de 12), Anthony da Silva (lesionado) e Gonçalo Delgado (lesionado)». «Espero que vejam o oiçam estas declarações porque é algo que é profundo para eles», vai referindo.
«Antes do encontro, estava a conversar com os dois adjuntos, Nuno Manarte e Sérgio Ramos, e dizíamos que este era um tipo de jogo e de momento para os jogadores. Ganhámos, mas o mérito é totalmente dos jogadores. Foram eles os responsáveis por esta vitória. Ponto! Mostraram uma coisa que, para mim, é a coisa mais importante na competição: carácter. Cada um deles e como equipa. Isso foi a razão da vitória», justificou.
Questionado sobre como o grupo havia reagido à expulsão de Neemias Queta, Mário Gomes não escondeu a duvida que sentiu no momento. «Não sabia o que é que ia acontecer. Obviamente, é um jogador que tem importância que o Neemias tem na equipa. Sou um treinador, não sou bruxo, mágico, guru, nem nada disso. Agora, uma coisa eu sabia: que a equipa ia reagir, unir-se e não deitaria a toalha ao chão. Se isso iria ser suficiente ou não, logo se veria. Felizmente foi suficiente.
O objetivo foi cumprido, e agora? Primeiro que tudo, como disse na última conferência de imprensa: jantar bem. E depois preparar o próximo jogo, como temos preparado todos, com a mesma pressão que tivemos desde que aqui chegamos. Que é a pressão que nos traz: a obrigação de jogar o melhor que pudermos, de darmos o máximo dentro de campo. Sem pressão nenhuma em relação aos resultados. Foi assim até agora. Por maioria da razão, será assim no próximo jogo», responde sem indicar a campeã mundial Alemanha, que tem ultrapassado, quando não atropelado, os adversários no Grupo B e ainda defronta hoje (18h30) a Finlândia.