Basaúla Lemba e Miguel Dias assinalaram os 14 anos cumpridos sobre a refundação do Estrela da Amadora. Foto: D.R.

Estrela 'renasceu' há 14 anos: «Viemos para ficar»

Tricolores celebram o dia em que 13 associados recuperaram o clube, na altura extinto, com a denominação Clube Desportivo Estrela (CDE). Miguel Dias e Basaúla Lemba assinalam a data e realçam o passado, mas também o futuro dos tricolores

O Estrela da Amadora tem a particularidade de ter, além da sua data de fundação – 22 de janeiro de 1932 - uma… refundação: cumpriram-se, este domingo, 14 anos sobre o dia em que os tricolores, na altura extintos, regressaram à atividade sob o nome Clube Desportivo Estrela (CDE).

Seis anos mais tarde, em 2020, esta instituição fundiu-se com o Sintra Football, o que originou o presente Estrela da Amadora que, atualmente, segue no escalão maior do futebol português. Um caminho pelo qual o presidente adjunto dos tricolores, Miguel Dias, não esconde o seu orgulho.

«Gostava que daqui a 30 ou 40 anos voltassem a falar do Estrela como eu falo para o meu filho - que em toda a minha vida joguei nos campeonatos nacionais no Estrela da Amadora e acho que é isso que vai acontecer. Temos um futuro risonho, com muito trabalho, que nunca se esqueça disso, mas penso que viemos para ficar e voltar a ter o Estrela nos patamares em que estivemos antigamente», desejou o dirigente.

A BOLA foi recebida na sede dos veteranos do Estrela da Amadora, localizada no Estádio José Gomes e parte ativa da vida do clube. Foto: D.R.

Miguel Dias realça a importância dos 13 associados que em 2011 tomaram a iniciativa de refundar o Estrela. «Vou ficar agradecido para a vida a estes 13, que costumo dizer que são os 13 malucos da Amadora, que se meteram numa alhada brutal mas conseguiram fazer um trabalho extraordinário e felizmente hoje temos o que temos, voltaram a pôr o nome do Estrela no mapa. Esta camisola tricolor é mítica, em Portugal não há mais nenhuma, e foi um trabalho brutal», recordou.

«Eles tiveram várias reuniões na zona da Amadora e conseguiram, fez agora 14 anos, voltar a ter aqui um clube, o CDE. Não era o que todos queríamos pois era impossível, devido à insolvência [que levou à extinção do Estrela original], mas a camisola tricolor passou a estar outra vez em ação», regozijou-se o agora responsável pelo clube da Reboleira.

Recuperar o Estrela representa manter viva a sua história, cujo ponto alto residiu na conquista da Taça de Portugal, para a qual muito contribuiu Basaúla Lemba, que confessa ter ficado emocionado quando, este verão, a SAD estrelista resgatou o troféu, até então alvo de penhora pela insolvência.

«O clube recuperou a Taça e foi uma felicidade enorme para nós, que a conquistámos, e os adeptos ficaram muito felizes por revê-la aqui outra vez aqui. Eu, que continuo aqui a viver, posso dizer que quase me vieram lágrimas aos olhos ao ver aquilo, foi algo fora do normal. Este foi o único troféu que ganhei aqui em Portugal e num clube como o Estrela da Amadora não era fácil, portanto é para mim um prazer enorme», confessou a glória dos amadorenses, hoje com 60 anos e em atividade na secção de veteranos.