Treinador italiano projetou partida na serra da Freita este domingo

Elogios a Vasco Seabra, a foto de Eustáquio e William Gomes: tudo o que disse Farioli

Treinador do FC Porto fez o lançamento da partida com o Arouca, marcada para as 20h00 desta segunda-feira

O FC Porto joga esta segunda-feira (20h00) em Arouca, em partida da 7.ª jornada da Liga, e Francesco Farioli fez o lançamento do jogo em conferência de Imprensa. O técnico italiano desdobrou-se em elogios ao adversário e respetivo treinador, Vasco Seabra, enaltecendo, pouco depois, a postura dos jogadores no treino de sexta-feira, ainda em Salzburgo. William Gomes funciona como arma secreta... e não só.

É um dia especial para o FC Porto, que cumpre este domingo 132 anos...

—É um dia importante, é o aniversário do clube. Foi uma boa cerimónia [ontem], com entrega de emblemas aos sócios, implementação da fundação de um projeto social, direcionado a questões tão importantes como o futebol. Foi um dia importante, mas, agora, a nossa mente está no jogo de amanhã e temos de estar preparados.

Como foi preparar o jogo de Arouca em tão poucos dias?

—Já falei sobre a qualidade do Arouca. É uma das equipas mais interessantes de ver e de defrontar, por sabermos o que fazem com e sem bola. Gosto muito da forma como jogam. Muito respeito por aquilo que fazem. O Vasco [Seabra] tem um histórico muito bom contra o FC Porto e temos de estar prontos para isso.

Esta época, já vimos o Arouca sofrer contra equipas que pressionam alto. É um ponto a favor do FC Porto?

—Tenho uma opinião totalmente diferente. Antes do cartão vermelho que viram contra o Sporting, o jogo estava equilibrado. Eles foram corajosos na forma como abordaram o jogo com e sem bola, apostando no homem a homem. Claro que há momentos que podem mudar a dinâmica do jogo, mas acredito mesmo que é uma das equipas mais interessantes. É por isso que, nestes dias, fui alertando toda a gente para o que vamos defrontar amanhã.

O FC Porto é a única equipa das ligas de topo que sofreu apenas um golo. De que forma olha para esse dado?

—É bom termos esse dado, mostra a consistência defensiva que temos e que sofremos pouco. O jogo de Salzburgo foi o primeiro em que concedemos duas ou três grandes oportunidades ao adversário. Se queremos continuar o que estamos a fazer e manter esta performance, está tudo relacionado com a vontade e paixão na forma como fazemos as coisas. O que não pode acontecer é ter aquele sentimento de satisfação. Há três meses, era muito difícil ganhar um jogo. Agora, se somos capazes de ter estes resultados, é por causa da forma apaixonada como eles [jogadores] trabalham. Depois do jogo de quinta-feira [em Salzburgo] e depois do Nacional, eu estava mesmo zangado pelo jogo que fizemos. Deixámos cair o nível em demasia. Na sessão de treino de sexta-feira, ainda na Áustria, vi novamente a equipa que conheço. Há uma fotografia fantástica do Eustáquio a celebrar um golo ou um desarme que fez nesse treino. Para mim, essa celebração é o que temos de ter presente todos os dias.

A fotografia de Eustáquio que Farioli mencionou - Foto: FC PORTO

A mudança da data deste jogo dá motivação extra ou até algum sentimento de vingança?

—Não, não há vingança. Há um caminho pela frente e temos de preparar este jogo. Não há  vingança, não podemos gastar energia e tempo com o que está à volta. É o nosso caminho, em todas as provas. Há dificuldades, umas vezes por causa do calendário e sempre por causa dos adversários. Com todo o respeito e atenção, o nosso mindset está virado para amanhã. É muito claro, Arouca e nada mais.

A equipa treinou sexta-feira, folgou sábado e só tem mais um treino antes do jogo. Quão difícil tem sido a preparação?

—Estamos habituados a lidar com as provas internacionais, que tornam a agenda diferente. Temos de ser capazes de concentrar tudo o que temos em alguns minutos. Os jogadores têm de estar muito atentos. Só há tempo para jogar, esquecer o resultado e ligar novamente no jogo seguinte. Em Salzburgo começámos a preparar Arouca, houve uma análise feita a todo o gás e com todo o detalhe pelo nosso departamento e, com os jogadores, tem de ser igual. A folga de sábado já estava no plano há algum tempo, era o único momento que íamos ter de pausa nestas duas semanas. Agora, espero que, neste momento, os jogadores estejam a almoçar para terem combustível para o treino.

De que forma encarou os elogios que lhe foram dirigidos por Jordan Henderson, com quem trabalhou no Ajax?

—Gostamos muito um do outro. Eu gosto muito do Jordan por tudo o que já fez e pelo fantástico ser humano que é. Se pude contribuir para a carreira dele, fico muito grato, mas também tento fazer isso com todos os outros. Tento passar-lhes a paixão que tenho. Este é o tipo de dinâmica que cria relações entre seres humanos: quando dás algo, recebes algo de volta. O futebol é uma metáfora muito boa da vida. Quanto mais dás, mais recebes.

Olha para William Gomes como uma arma secreta?

—O William esteve muito bem nos jogos em que entrou e nos jogos que fez a titular. É um miúdo que traz muita energia para o centro de treinos, antes do jogo, depois… É um grande prazer tê-lo connosco e termos a oportunidade de desfrutar do talento dele. Já nos ajudou com golos muito relevantes e acredito que vai continuar a crescer e a fazer isso. É fantástico e um ativo muito importante para nós e para o clube.

Como olhou para a receção dos adeptos no aeroporto, na sexta-feira?

—É cinquenta/cinquenta... Também aconteceu quando voltámos da pré-época, numa altura em que ainda não tínhamos feito nada. Agora tivemos uma receção calorosa e esta diz muito da paixão dos adeptos. Amanhã, o estádio vai estar cheio, os bilhetes para os nosso adeptos esgotaram e o Dragão é o estádio com maior taxa de ocupação. Isso mostra a paixão da cidade. Quando passeio com a minha família, vejo muitas camisolas do FC Porto e isso é fantástico. Isto só acontece se mostrarmos o que valemos todos os dias. Temos de ter a capacidade de esvaziar o tanque em campo e, no dia seguinte, enchê-lo.

Ainda vão treinar esta tarde. O Zaidu está apto?

—Vamos ter a sessão de treino daqui a pouco e vamos verificar uma ou outra coisa. No papel, o Nehuén [Pérez] e o Luuk [de Jong] não estão prontos, mas estão muito próximos de nós, sempre em contacto. Agora têm um papel diferente, mas estamos muito próximos.

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