E se o terramoto de 1755 acontecesse hoje? IPMA fez simulação
Como seria se houvesse um terramoto igual ao de 1755? No Centro de Alerta de Tsunamis de Portugal, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) fez a simulação da ocorrência de um terramoto com a mesma magnitude do de 1755, no dia em que se cumprem 270 anos do ocorrido em Lisboa. O cenário é o seguinte: um sismo de magnitude de 8,5 a ocorrer ao largo do cabo de São Vicente, em Sagres. Oito minutos depois, a Proteção Civil é alertada.
Fernando Carrilho, chefe da divisão de Geofísica do IPMA, explicou o processo de acompanhamento e os passos que seriam dados. Antes do alerta à Proteção Civil, qie estaria encarregue do aviso às autoridades a nível nacional, para poderem alertar as pessoas, com mensagens ou sirene, e depois da imediata identificação da localização do sismo, os técnicos do centro já tentaram calcular a sua magnitude e capacidade de gerar um tsunami, bem como identificar as zonas costeiras de maior risco e o tempo esperado de chegada da primeira onda.
No simulacro, a primeira onda do tsunami levou 50 minutos a chegar à costa e atingiu Sagres, na costa continental de Portugal, e Porto Santo, na Madeira. A chegada à costa exige um segundo alerta. Depois de o sistema observar o tsunami e medir as ondas, a informação é partilhada e nas 24 horas seguintes à sua diminuição a atenção continua a ser alta.
O sistema português na região Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e Mares Conectados (NEAM) deve emitir mensagens de tsunami na proximidade da costa do país e alertar países como Espanha, Marrocos, França, Reino Unido, Alemanha, Grécia, Itália e Turquia.
O centro de alerta precoce de tsunamis funciona 24 horas por dia durante todo o ano, contando habitualmente com duas pessoas por turno, porque os sismos não se podem prever, apenas avisar sobre a sua ocorrência o mais depressa possível, de acordo com Telmo de Carvalho, vogal do Conselho Diretivo do IPMA.