É Nuno Mendes o melhor lateral do mundo? A resposta do próprio
No PSG desde 2021, Nuno Mendes recordou a chegada aos parisienses, num primeiro momento por empréstimo do Sporting, que depois se transformou numa transferência definitiva.
Em entrevista à AFP, o internacional português revelou que o compatriota Danilo foi decisivo na adaptação e falou sobre a evolução que tem tido nos últimos anos sob o comando de Luis Enrique.
«Era outro país, outra língua, mas tive a sorte de ter cá o Danilo [Pereira], que me ajudou muito. Tentei aprender francês rapidamente para poder sair de casa. É um grande clube, com grandes jogadores, e eu queria fazer parte disso», começou por dizer.
«No início, não era muito forte a defender. Atacar com velocidade, isso eu sabia fazer. O Luis Enrique reparou nisso e ajudou-me muito no plano defensivo. Hoje, sinto-me bem nos dois momentos do jogo. Tento equilibrar as subidas e descansar um pouco quando é preciso. O treinador fez um bom trabalho, e não foi só comigo. A polivalência é algo que o Luis Enrique nos trouxe e que vamos guardar para a vida, mesmo que ele ou nós saiamos do clube», continuou depois, sobre a evolução.
O lateral-esquerdo foi obrigado pelo técnico espanhol a aprender a defender: «Também parte de mim, de saber o que posso fazer para melhorar, mas ele contribuiu muito. Antes, no um contra um defensivo, era um pouco difícil, porque eu só pensava em atacar. Mas ele disse-me: 'Tens de defender melhor e, depois, dou-te liberdade para atacar'.»
Décimo classificado na última votação para a Bola de Ouro, Nuno Mendes é, para muitos, o melhor lateral-esquerdo do Mundo. «Considero-me um bom lateral, não gosto de dizer que sou o melhor. Isso tem de ser demonstrado em campo e é o que tento sempre fazer», respondeu, quando questionado sobre isso.
Nuno Mendes recordou o início no Sporting e revelou o detalhe que mais tem de evoluir enquanto futebolista: o pé direito.
«No Sporting, jogava futebol de sete e era extremo-esquerdo. Depois, quando passei para o futebol de 11, recuaram-me para a posição de lateral. A partir desse momento, percebi que o futebol não era só atacar. Tenho muitas coisas para aprender, mas neste momento não posso dizer que tenho defeitos ou que há coisas que faço mal. Pé direito? Sim, o treinador quer que trabalhemos o nosso pior pé [risos], todos os dias. Lembro-me de um jogo da Taça de França em que, no último minuto, me encontrei em posição de remate com o pé direito e chutei com pouca força», relembrou.
O jogador formado no Sporting garantiu que sempre quis ficar em Paris, ele que renovou o ano passado, até 2029, e foi questionado sobre uma eventual candidatura à Bola de Ouro.
«Fico muito contente pelo Ousmane [Dembélé, vencedor deste ano]. Eu foco-me no meu trabalho. Depois, se conseguir ganhar troféus individuais, é sempre bom. Mas, antes de chegar a isso, penso que o coletivo é o mais importante», atirou.