José Mourinho, treinador do Benfica, referiu que a sua equipa atropelou no início da segunda parte. Foto: Hugo Delgado/LUSA
José Mourinho, treinador do Benfica, referiu que a sua equipa atropelou no início da segunda parte. Foto: Hugo Delgado/LUSA

Do atropelamento na segunda parte ao fogo para quarta-feira: tudo o que disse Mourinho

Treinador dos encarnados gostou bastante da forma como a sua equipa surgiu em campo na segunda parte; técnico reconheceu que o adversário esteve bem no primeiro tempo e explicou aquilo que procurou com as substituições logo ao intervalo

José Mourinho, treinador do Benfica, apreciou bastante a forma como a sua equipa entrou em campo na segunda parte do encontro, referindo que foi essa atitude que permitiu um triunfo confortável. Técnico português explicou tudo o que transmitiu aos seus jogadores no intervalo, reconhecendo também mérito ao Vitória de Guimarães na forma como montou a estratégia para esta partida. O timoneiro das águias também lançou já as bases para o embate da Liga dos Campeões, frente ao Bayer Leverkusen, na próxima quarta-feira, no Estádio da Luz.

Que análise faz a este encontro, sendo que na antevisão referiu que seria uma deslocação complicada?

- Se tivesse só uma palavra para definir o jogo, agarrava-me aos primeiros 15 minutos da segunda parte e diria que atropelámos. Antes do primeiro golo tivemos três ou quatro oportunidades, uma delas dupla, com o guarda-redes adversário a defender tudo. A primeira parte não foi bem aquilo que queríamos, com o Vitória de Guimarães a defender e nós sem encontrarmos ritmo, assim como soluções. Depois atropelámos e onze contra dez, normalmente, torna-se mais fácil.

A equipa experienciou algumas dificuldades na primeira parte. Acha que a entrada de  Leandro Barreiro foi essencial para colocar as linhas do oponente mais baixas?

- Na primeira parte, o adversário também conta, pois o Vitória defendeu-se bem, comportou-se bem e deixou na frente um jogador rápido que procurou o espaço e que nos manteve de pé atrás, especialmente os nossos centrais. O Sudakov caiu muito sobre a esquerda e houve situações de superioridade, no entanto não conseguimos encontrar soluções, encalhámos ali um pouco. O Lukebakio também foi bem marcado. Na segunda parte, o Leandro [Barreiro] entrou bem, o Schjelderup também, mas destaco a equipa toda, fizemos uns toques a nível tático, mas a nível mental muito mais. Disse aos jogadores que o golo podia acabar por sair, mas que podia não acontecer, e referi que tínhamos de ir à procura, tínhamos de forçar.

Depois de uma primeira parte aquém, qual foi a mensagem que passou aos seus jogadores no balneário ao intervalo?

- Tento sempre ser justo e quando tenho de criticar os meus, faço-o, mas dizer que a primeira parte foi má ou medíocre é ser injusto com o que o Vitória fez e também com o que fizemos. Na segunda parte pressionámos mais, tivemos mais transições, fomos mais agressivos com e sem bola, recuperámos bolas no meio-campo ofensivo e fomos para cima. Eu agarro-me ao onze contra onze, naquele início do segundo tempo, e atropelámos. Schjelderup criou várias ocasiões, disse-lhe que o lateral-direito já tinha amarelo e sublinhei para que fosse para cima dele que ou ele vinha para fora ou rebentas com ele. Disse ontem que concordava com o Bruno Lage em que o Leandro Barreiro não é um médio defensivo. O 0-0 é complicado, porque há sempre uma bola parada, um lance inesperado, mas a equipa foi para cima e não parou mais.

Acha que este Benfica já está mais à imagem de José Mourinho?

- Agora era fácil dizer que meti os dedos todos ou as mãos, mas não o vou fazer. O que mais me toca é que perdemos em Newcastle e num momento de crítica, de pressão, a equipa deu a volta muito bem, com três triunfos consecutivos, sem golos sofridos e abre uma porta para competirmos melhor e também para quarta-feira. Obviamente numa competição diferente [Liga dos Campeões] e se contra o Tondela a Luz foi o que foi, acho que não preciso de pedir para que seja assim novamente. Na quarta-feira, na Luz, com 60 mil tem de dar fogo.

Luís Pinto criticou a dualidade de critérios da arbitragem, nomeadamente, na não expulsão de Sudakov na primeira parte e no lance que retirou Fabio Blanco da partida, referindo que o Benfica não teve mérito, pois ficou com mais uma unidade. O que pensa disto?

- Já tive a idade do Luís Pinto e quando a tinha dizia mais parvoíces do que digo agora. É um jovem talentoso e se tudo correr bem, vai chegar lá.