«Di María é o melhor jogador que já treinei, um ser humano excepcional e humilde»
Um dia depois de ser sido tornada oficial a saída de Ariel Holan do comando técnico do Rosario Central, o próprio treinador já reagiu a esta decisão de ambas as partes em não estender o contrato que terminava no final de 2025, apesar de ter sido coroado campeão argentino e de ter garantido o apuramento para a Libertadores.
Sem surpresas, um dos tópicos que o técnico de 65 anos abordou foi o facto de ter treinado Ángel Di María, que chegou no verão, após deixar o Benfica a custo zero, e ainda veio a tempo de ter um grande impacto e de conquistar um título pelo seu clube de formação, o primeiro na Argentina. Para o extremo de 37 anos, Holan só tem elogios a dar, a todos os níveis.
«Foi uma experiência extraordinária. É o melhor jogador que já treinei. Conheci um ser humano excepcional e humilde. Aprendi muito com ele como jogador de futebol. Para mim, ele deveria ser indiscutível por tudo o que nos deu. Sempre pediu tratamento igualitário em relação aos seus companheiros e é o capitão da equipa. Este foi um dos processos em que mais aprendi como treinador e os jogadores deram tudo em campo, esvaziaram-se», disse, em entrevista à ESPN, explicando o motivo pelo qual não continuou no clube.
«Desde o primeiro dia, ficou muito claro que o Rosario Central estava sempre acima de tudo. De comum acordo, decidimos que, para o que está por vir e para o que continua, chegaríamos até aqui da melhor maneira possível, como foi todo o processo. Foi um acordo total, porque era o melhor para o clube. Tivemos três reuniões e acho que, neste ponto, não há uma razão determinante, mas sim um acordo de que isso era o melhor para o clube. Todos concordamos que muitos objetivos foram alcançados. É um até logo, um até mais tarde», afirmou, comentando também a polémica toda envolvente da conquista do troféu.
«No futebol, discute-se muito quem joga melhor, qual é a melhor equipa, etc. Na tabela geral, fomos a melhor em quase todas as variáveis e tivemos 66 pontos. Todas as equipas lutaram para ficar em primeiro lugar, lutaram para ficar em segundo lugar e lutaram para entrar na Libertadores e na Sul-Americana. Por si só, o torneio por pontos era determinante, era o mais importante de todos porque garantia a classificação direta para as taças e condenava à despromoção. Era o torneio mais determinante no formato e, dentro desse torneio, fomos os melhores», atirou, lembrando que é uma questão fora do seu alcance.
«Se as autoridades decidiram dar uma taça e uma estrela, isso já não é uma questão que eu possa avaliar como treinador. É uma decisão da AFA e não vou entrar numa discussão sobre se está certo ou errado, porque não é o meu papel. Não sou dirigente, sou treinador», acrescentou, terminando com a discussão.