No final de 2023/2024, Pepe disse adeus ao FC Porto. Agora foi a vez de Iván Marcano (Foto: Grafislab)

Depois de Pepe, sai Marcano. Como fica a liderança do balneário portista?

Em dois anos, o grupo perde duas referências fortes. Diogo Costa foi capitão, mas delegou muitas funções a Alan Varela, Eustáquio e, posteriormente, ao central espanhol quando este regressou

Ao cabo de 10 épocas no FC Porto, com um intervalo em 2018/19 em que representou a Roma, Marcano despediu-se dos azuis e brancos. O central decidiu não renovar contrato e, ao que tudo indica, irá enveredar pela carreira de treinador. Em dois anos, os dragões perdem dois capitães e referências incontornáveis que apesar da veterania eram as unidades mais fiáveis do eixo da defesa: Pepe e Marcano.

Diogo Costa, que usou a braçadeira na época passada, e João Mário passam a ser os jogadores há mais tempo na equipa principal: ambos fizeram a estreia ao mais alto nível em 2019/20. Depois há outras unidades que fazem parte do grupo de capitães, como Cláudio Ramos, Alan Varela, Eustáquio e Pepe. Fábio Cardoso também tinha esse papel, mas saiu cedido para o Al Ain, dos Emirados, em agosto passado. Regressa agora à base com mais um ano de contrato, mas remotas possibilidades de permanecer no plantel, apesar da gritante necessidade de o FC Porto dotar a equipa de centrais.

A questão da liderança foi muito discutida em 2024/25: com Marcano a recuperar de uma grave lesão e sem Pepe, o FC Porto ficou órfão de uma voz de comando no relvado. Ao entregar a braçadeira a Diogo Costa, os dragões esperavam ter duas vozes em campo autorizadas a dialogar com os árbitros: o capitão em funções que, sendo guarda-redes, delegava em Eustáquio ou Alan Varela (mais tarde Marcano também) essa tarefa fora da grande área. Contudo, Pepe destacava-se por um estilo de liderança inconfundível que nenhum dos jogadores que o sucederam alcançaram, além de possuir um estatuto reforçado na Seleção Nacional e ser um jogador conhecido à escala planetária.

Com personalidades mais sóbrias, Diogo Costa, Alan Varela e mesmo Marcano nunca fizeram esquecer Pepe. Todavia, dentro do balneário, Marcano era uma voz respeitadíssima e a unidade que colava as peças, abrindo as asas para acolher e proteger os futebolistas mais jovens do plantel. Mora chegou a destacar essa virtude do espanhol e Anselmi, técnico destituído, chegou mesmo a dar mérito ao central pela evolução do jovem prodígio portista: «Mora é como é porque tem Marcano com 37 anos [despediu-se com 38 anos]que lhe ganha todos os duelos.» Com a chegada da Farioli, mais do que nunca o FC Porto precisará de ter líderes competentes e preparados para enfrentar os desafios que se avizinham. Quem se chega à frente?

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