Julia Simon, biatleta francesa
Julia Simon, biatleta francesa - Foto: IMAGO

Campeã do mundo arrisca até cinco anos de prisão por roubar... colegas

Julia Simon garante estar inocente, mas vai a julgamento esta sexta-feira

Julia Simon, biatleta francesa, vai a julgamento esta sexta-feira, acusada de fraude com cartão bancário. A desportista francesa arrisca uma pena de prisão que pode ir até aos cinco anos.

A pouco mais de dois meses nos Jogos Olímpicos de Milão-Cortina, Simon vai responder, no tribunal de Albertville, por suspeitas de roubo e burla. Os factos remontam ao verão de 2022: durante uma competição de esqui sobre rodas na Noruega, a atleta gaulesa terá utilizado o cartão bancário de Justine Braisaz-Bouchet, colega na seleção francesa, e de um membro da equipa técnica para fazer compras no valor de mais de dois mil euros.

Foi a própria Justine Braisaz-Bouchet a fazer queixa. «Tentei reconciliar-me com ela e com a federação, mas não resultou. Penso que a situação é muito triste, mas assumi as minhas responsabilidades. Se não tivesse provas, não teria feito nada», defendeu, citada pelo L'Équipe.

De acordo com a investigação, descobriram-se outras duas vítimas, mas Simon nega os factos. «Assinei um documento a pedir ao meu banco para reembolsar os valores à Justine. Pode parecer uma confissão, mas eu só queria deixar isto para trás. Humanamente, não é fácil. Algumas [colegas] acusam-me de ter traído a confiança delas. Não tenho culpa de nada. Tentei explicar-lhes a situação», garantiu.

«Sou inocente nesta história. O meu nome foi usado para fazer compras, mas não tenho nada a ver com isso. Uma investigação irá apurar a verdade. Eu própria apresentei queixa contra desconhecidos por usurpação de identidade», disse ainda, em agosto de 2023.

Apesar da situação, a dupla continua a conviver na seleção e conquistou três títulos mundiais desde então: as estafetas mista e feminina nos Mundiais de Nove Mesto (2024) e, mais recentemente, a estafeta feminina em fevereiro passado em Lenzerheide, na Suíça.

Presidente da Federação Francesa de Esqui, Fabien Saguez garantiu que está atento ao caso: «Despendemos muita energia na gestão do grupo desde que o caso se tornou público. Naturalmente, isto pode ter um impacto. É por isso que a Federação está muito atenta ao processo. Queremos preservar os interesses da Federação e dos atletas, e garantir que este assunto é tratado na devida proporção.»

Além de incorrer numa pena que pode ir até aos cinco anos de prisão, Julia Simon arrisca ainda uma multa de 375 mil euros.