Carlos Vicens, treinador do SC Braga
Carlos Vicens, treinador do SC Braga - Foto: IMAGO

Carlos Vicens e o Caldas: «Exige uma energia especial, é território desconhecido»

Treinador Carlos Vicens pede que equipa consiga superar-se e apresentar «mentalidade extra», como fazem as formações de top

A véspera da véspera de Natal será de Taça para o SC Braga, que vai ao terreno do Caldas, em jogo da 5.ª eliminatória - ou oitavos de final.

O treinador dos bracarenses, Carlos Vicens, falou num «jogo especial, numa competição especial»: «São jogos de vida ou morte porque só passa um e em cada ronda de Taça tivemos surpresas. Por isso temos de entrar com uma mentalidade focada num jogo especial, ou seja, com energia e motivação extra, competitividade e níveis de agressividade e competitividade necessários para que caia para o nosso lado.»

Sem deixar nada ao acaso, o treinador não esclareceu uma das dúvidas - quem estará na baliza, Alaa Bellaarouch ou Tiago Sá. «Vamos ver e decidiremos quem joga amanhã», disse apenas, sorrindo, para se virar para a necessidade de reagir depois de uma derrota com o Estoril. É o jogo indicado para voltar a ganhar?

«Deve ser, dever ser! É com essa mentalidade que temos de enfrentar o jogo, mas sem olhar a séries de resultados. É uma competição em que ou passas ou estás fora. Mais do que o momento, estamos a falar de uma eliminatória. Estas competições têm algo que as fazem diferentes, porque uma não seguirá em frente. Os momentos importam um pouco, mas mais o campo onde se vai jogar, o adversário que conheces mal, e como vais lidar com isso.»

Será que Carlos Vicens sente a equipa desgastada? Já tem 30 jogos esta época. «Sim, amanhã é o jogo 31. Sabemos que precisamos sempre de 2 ou 3. Se há algum momento em séries de jogos em que pode faltar frescura, temos de trabalhar duro para sermos capazes de superar não estar a cem por cento. Não é só a questão física, é também o desgaste mental. Se superarmos isso seremos uma equipa ainda melhor. Essa é a diferença das equipas top do mundo. E é nisso que temos de trabalhar – superar a falta de frescura física com mentalidade extra», referiu, comentando que o mercado de Inverno não será uma solução para todos os males:

«Estamos todos em sintonia no clube, estamos atentos ao que pode aparecer, mas o mercado de janeiro é difícil e inflacionado porque há equipas que pedem um valor muito alto e se aproveitam das circunstâncias. Não é nada fácil»

Jogo com o Benfica e as arbitragens

Nestes dias em que falámos com os jogadores não saiu da minha boca a palavra Benfica

O treinador considerou que o jogo com o Benfica [a seguir, dia 28], não pode estar na cabeça dos jogadores. «Penso que não. Nestes dias em que falámos com os jogadores não saiu da minha boca a palavra Benfica. Depois há o Natal, em que os jogadores vão estar com as suas famílias, há suficientes coisa para se pensar antes dessa partida. Temos o suficiente em jogo com o Caldas para que os jogadores tenham todo o foco no jogo de amanhã - porque se não estivermos, o jogo vai fazer com que estejamos. À primeira adversidade e ao primeiro duelo perdido, ao primeiro ‘ui’, ou te empenhas ou não vais passar. Desses perigos falámos. É um jogo que exige uma energia especial, é território desconhecido e tens de te preparar para isso porque senão corres o perigo de ficar de fora»

Temos o suficiente em jogo com o Caldas para que os jogadores tenham todo o foco no jogo de amanhã - porque se não estivermos, o jogo vai fazer com que estejamos. À primeira adversidade e ao primeiro duelo perdido, ao primeiro ‘ui’, ou te empenhas ou não vais passar

Foi uma semana polémica por causa das arbitragens, mas Carlos Vicens vê muito de bom em Portugal. «Já disse que penso que todos os fazemos parte desta indústria temos, com diferentes papéis, uma responsabilidade individual de tentar ajudar o futebol em geral. Todos devemos tentar ajudar que a imagem do futebol português seja a melhor possível. Nas competições europeias devemos ajudar a melhorar o ranking da UEFA; na Liga devemos dar a melhor imagem. Portugal é um país de futebol, com uma história incrível, coma uma Seleção espetacular, ‘canteras’ espetaculares em diferentes clubes, saem jogadores portugueses de um nível altíssimo, treinadores também. Tendo isto em conta, penso que o foco devia ser menos a arbitragem e mais em tentar ajudar os árbitros naquilo que podemos para que quem nos vê possa apreciar o nosso futebol. Há muito futebol aqui por descobrir.»

Niakaté, Sandro Vidigal e El Ouazzani são baixas por lesão.