Abel Ferreira arrasa árbitros: «Será que ficaram com medo?»
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, não escondeu a desilusão pelo quinto deslize consecutivo no Brasileirão — derrota com o Grêmio, 2-3, na 36.ª jornada — e voltou a colocar a tónica na arbitragem, dizendo que muito mudou desde a vitória no clássico com o São Paulo (3-2).
«Não vivo de 'ses'. Se o penálti fosse marcado, o jogo tinha ficado 3-3 ou 4-3, mas depois deste penálti muita coisa mudou. Nomeadamente o árbitro desta competição ficou pendurado, será que outros árbitros ficaram com medo?», questionou.
E completou o raciocínio: «Medo de quê? De apitar, por exemplo, o penálti no Maracanã (sobre Gómez no início do Flamengo-Palmeiras). Se comparar o penálti com o do Arrascaeta na casa do Palmeiras na primeira volta, há muita diferença? Há diferença, a bola que bate no jogador do Vitória e nem ao VAR foi ver. Será que os árbitros não ficaram todos com medo que a CBF os castigasse e o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ainda desse mais dias de castigo, o que nunca tinha visto em cinco anos de Brasil? [numa alusão ao facto de o árbitro do São Paulo-Palmeiras, que não apitou penálti para os anfitriões, ter estado afastado quase um mês e ter sido punido na semana passada com 40 dias de suspensão, pelo STJD]»
Questionado sobre se as mudanças no onze refletiam a desistência do campeonato brasileiro, o técnico português disparou: «Depois do jogo com o São Paulo, todos no clube percebemos o que se estava a passar. E entendi no último jogo. Não foi o Palmeiras que desistiu. Não desistiu do penálti no Maracanã, não desistiu do penálti do Santos, não desistiu do penálti do Vitória.»
«Fizemos uma boa primeira parte, entrámos muito bem no jogo, pena no último terço as finalizações não terem levado outros acertos. Injusta a forma como fomos para o intervalo com um golo sofrido de um arremesso da linha lateral, não me lembro de nada que tenham criado, fizemos uma belíssima primeira parte, pena um resultado tão escasso», analisou.
Depois, criticou a equipa: «Na segunda parte, mesmo com a dureza do golo no fim da primeira parte, o jogo equilibrou-se. Depois, não podemos cometer um penálti daqueles, não podemos, a perder por 1-2 não podemos perder um golo em baixo da trave como Facundo perdeu, neste nível esses erros custam caro. No final, o adversário criou mais pelos nossos erros do que propriamente pelo volume que tiveram. E estava a tentar entender porque é que o meu jogador foi expulso, a regra não deixa o jogador ser penalizado duas vezes, mas foi o que foi.»