Brasil: «17 ou 18 jogadores para o Mundial já estão definidos»
Após anunciar a convocatória da seleção do Brasil, o selecionador Carlo Ancelotti falou à imprensa.
O técnico italiano voltou a não convocar Neymar e disse que não falou com o jogador do Santos, que recuperou recentemente de (mais) uma lesão na coxa, numa altura de menos testes.
O Brasil irá defrontar o Senegal e a Tunísia em jogos de preparação para o Mundial e Ancelotti prometeu menos alterações e experiências relativamente ao que fez contra a Coreia do Sul e o Japão na última paragem.
«Nos últimos jogos, mudámos muito a equipa para fazer testes, e nesse sentido foi positivo. Tenho mais conhecimento dos jogadores. Penso que não faremos o tipo de alterações que fizemos na janela de outubro. Terei uma equipa um pouco mais definida nos próximos dois jogos», começou por dizer antes de garantir que a maioria do grupo está fechada.
«Quanto mais tempo passo com os jogadores, mais perto ficamos da lista definitiva. Estamos muito perto do que poderá ser a lista de junho. Creio que 17, 18 jogadores estão definidos. Depois, há muito tempo e uma janela de jogos muito importante em março. Temos de avaliar bem os jogadores. Nestes seis meses, muito dependerá das lesões que, infelizmente, podem acontecer», acrescentou.
Elogios a Fabinho, Militão e Richarlison
Ao contrário de Neymar, quem está de regresso à canarinha quase três anos depois é Fabinho, médio do Al-Ittihad, que pode fazer dupla no meio-campo com o também veterano Casemiro.
«Quero encontrar um perfil que se encaixe com as características de Casemiro. Temos médios muito bons, mas com um perfil defensivo diferente. Creio que Fabinho tem essa característica: a estrutura, a posição, a experiência. É um jogador que tem jogado a um nível muito alto na Europa», disse o técnico, recordando o passado do jogador no Liverpool.
O antigo treinador do Real Madrid treinou Éder Militão nos merengues e também deixou bastantes elogios para o defesa polivalente.
«A ideia que tenho dele é que é o único defesa brasileiro que pode cobrir as quatro posições. Lateral-direito, os dois lugares de central e lateral-esquerdo, sem qualquer problema. O que aprecio nele são duas coisas: a experiência e a liderança», afirmou.
Apesar de nem sempre ser o avançado com mais faro de golo, Ancelotti trabalhou com Richarlison no Everton e explicou o porquê de contar com ele, além de o ter comparado a possíveis concorrentes.
«É outro tema que estamos a avaliar com a equipa técnica. Ele tem um perfil diferente do João Pedro, do Matheus Cunha e do Vítor Roque, que gostam de jogar com a bola nos pés. Não têm o perfil de referência, mas o Richarlison tem. É mais uma oportunidade para ele. Pode recuperar bem, jogar e estar na convocatória, mas vou analisar. Estamos à procura de um ponta de lança com este perfil. Como avançado-centro, ele marcou muitos golos assim pela seleção», argumentou.
Lista final sem pré-convocatória e praticamente decidida em março
Ancelotti confirmou ainda que não haverá uma pré-convocatória alargada.
«No dia em que começarmos a preparação para o Campeonato do Mundo, teremos 26 jogadores. Não vou chamar mais ninguém. O primeiro dia já será com a lista definitiva para o Mundial», garantiu.
«Fazemos testes para não nos equivocarmos na lista final, é por isso que os fazemos. Penso que nesta última convocatória encontrámos um lateral-esquerdo muito bom, que eu não conhecia tão bem: o Douglas Santos (do Zenit). Fazemos testes para evitar problemas e, por isso, quero conhecer de perto os jogadores e as pessoas», explicou ainda.
O técnico italiano indicou que a próxima janela de jogos internacionais será decisiva para fechar o grupo.
«Sim. Penso que, na data FIFA de março, a lista estará mais ou menos definida, com algumas dúvidas. Obviamente, quando se tem muitos jogadores, é natural que haja dúvidas até ao último dia, mas em março a lista será praticamente a definitiva», concluiu.