Temperaturas próximas dos 40.ºC durante o encontro com o Bayern no Mundial de Clubes

Benfica mergulha de cabeça na nova época

Águias fazem história nos EUA mas vão entrar de rompante em 2025/26. Pré-época comprometida e desgaste acumulado vão dificultar arranque

O Benfica venceu o Bayern na terça-feira e qualificou-se para os oitavos de final do primeiro Mundial de Clubes. Venceu os alemães à 14.ª tentativa, depois de 10 empates e três vitórias, mantém vivo o sonho de conquistar a competição que decorre nos EUA até 13 de julho. Corre atrás do prestígio e de um encaixe financeiro milionário nas provas internacionais em 2024/2025 — a qualificação de anteontem rende mais €6,5 milhões e ao todo as águias já garantiram, esta temporada, €97,566 milhões. O próximo passo, a passagem aos quartos de final, significaria um prémio de mais €12,150 milhões.

Mas a participação no Mundial de Clubes também traz riscos grandes para a nova época.

Depois da final da Taça de Portugal os jogadores tiveram apenas nove dias de férias e muitos deles nem isso porque estiveram a representar as seleções nacionais. No regresso a Portugal, haverá novo período de férias e pouco tempo para preparar o início de 2025/26.

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O mês de agosto será escaldante. Para 31 de julho está marcado o jogo da Supertaça com o Sporting e logo a seguir os encarnados jogarão a terceira pré-eliminatória da UEFA Champions League a 5 e 6 de agosto (1.ª mão) e 12 de agosto (2.ª mão). O play-off está agendado para 19 e 20 de agosto (1.ª mão) e 26 e 27. Para entrar na fase de grupos da Champions, a equipa terá de jogar à terça ou quarta-feira durante quatro semanas seguidas, logo no início da época. E o pontapé de saída no campeonato acontecerá uma semana depois da Supertaça, a 9/10 de agosto.

É este o cenário que se colocará depois do Mundial de Clubes e para o qual o Benfica não conseguirá preparar-se com uma pré-época normal. Não haverá muito tempo e dos EUA o plantel também regressará ainda mais desgastado com competição, além do cansaço acrescido das viagens e das altas temperaturas à hora dos jogos nos Estados Unidos.

Bruno Lage tem chamado a atenção para este contexto difícil e estranho. As águias ainda não fecharam a última temporada, mas também não entraram na preparação da nova.

O treinador do Benfica tem como uma das prioridades minimizar o risco de lesões no Mundial de Clubes e, na medida do possível, antecipar já algumas soluções para atacar 2025/26. Foi por esse motivo que também trouxe vários jovens da formação para os EUA.

Ataque ao mercado

Com a carruagem em andamento, a SAD dos encarnados trabalha na construção do plantel para a próxima época.

O lateral-esquerdo Samuel Dahl deixou a Roma e, depois de seis meses de empréstimo, assinou em definitivo por €9 milhões. Também está fechada a contratação de Amar Dedic, lateral-direito bósnio que deixou os quadros do Salzburgo e reforça as águias por €10 milhões.

Outras das prioridades, assumiu-o Bruno Lage nos EUA, é assegurar um extremo-direito para o lugar de Di María, que termina contrato e regressa à Argentina, ao Rosario Central, clube onde se formou.

Tal como A BOLA avançou, nos planos está ainda um médio de qualidade elevada, patrão para a equipa, e mais um defesa-central. O investimento nesta última posição dependerá da renovação (ou não) de Otamendi. As saídas, como a de Carreras, que está a caminho do Real Madrid, também determinarão mais entradas.

Rui Costa, presidente dos encarnados, está com a equipa nos EUA desde o primeiro dia, mas a liderar a construção de um plantel forte e que possa sustentar a ideia que Bruno Lage já passou em conferência de Imprensa, antes do jogo com o Bayern: «Na próxima época temos e vamos ser muito mais agressivos dentro e fora de campo, há coisas que têm de mudar radicalmente, pôr a agressividade que alguns não têm cá fora. Não pode voltar a acontecer um jogador ganhar a bola perto da área dele e levar bola até à nossa área, tem de haver essa agressividade. Se tiver de haver uma ou outra patada ou zanga no treino entre nós que assim seja. Quem nos quiser pisar não vai ficar a rir ou a cantar.»

Há muito, pois, para fazer e o edifício do futebol profissional do Benfica terá de estar com os pés no Mundial de Clubes mas inevitavelmente também com a cabeça na nova temporada.

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