Barcelona não quer equipa israelita na partida do Tour 2026
Os incidentes ocorridos no domingo durante a chegada da Vuelta a Madrid continuam a causar controvérsia em Espanha. Após os protestos pró-Palestina que interromperam a última etapa da prova e anularam a cerimónia do pódio na capital espanhola, as atenções viram-se agora para a partida da Volta a França de 2026, agendada para 4 de julho, em Barcelona.
A câmara municipal de Barcelona não quer acolher a equipa Israel-Premier Tech na cidade, o que implicaria, naturalmente, a não participação formação israelita na Volta a França do próximo ano. David Escudé, conselheiro para o desporto da edilidade da capital catalã, explicou o apelo, esclarecendo que a partida do Tour de Barcelona e as duas seguintes, disputadas ainda na Catalunha, não estão em causa. «Em nenhum caso considerámos suprimir a Grand Départ, mas queremos que as equipas que competem sob a bandeira israelita, como foi decidido com a Rússia, deixem de correr sob a bandeira de Israel».
Esta posição faz eco da edilidade das Canárias, que já anunciou que se recusará a acolher uma etapa da Vuelta 2026 se a equipa israelita estiver presente. No entanto, esta posição colide com os regulamentos da União Ciclista Internacional (UCI), o único organismo com poderes para decidir sobre a exclusão de um corredor ou equipa. Nem os organizadores nem as autoridades políticas poderão fazê-lo.
Para David Escudé, a questão ultrapassa o âmbito desportivo: «O ciclismo é um desporto popular e livre, mas devem ser impostas restrições às equipas que participam com a bandeira israelita». O autarca deixou claro que a câmara municipal catalã é sensível ao genocídio dos palestinianos e instou o Comité Olímpico Internacional (COI), autoridade superior à UCI, e a outras entidades desportivas que «não façam vista grossa».
As primeiras dúvidas surgiram depois de a UCI, o organismo mundial que tutela o ciclismo, ter emitido um comunicado a lamentar o apoio do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, aos protestos na Vuelta.