Andy Murray desapontado depois de ser treinador de Djokovic

Andy Murray admitiu que «provavelmente» não obteve os resultados «de que gostaria» durante o período em que foi treinador do seu antigo rival, Novak Djokovic.

O tricampeão de torneios do Grand Slam juntou-se à equipa técnica de Djokovic em novembro de 2024, após ter terminado a sua carreira de jogador nos Jogos Olímpicos de Paris.

A parceria começou de forma promissora, com o sérvio a alcançar as meias-finais do Open da Austrália antes de se retirar por lesão. Contudo, os torneios seguintes não produziram os mesmos resultados, e a colaboração terminou em maio, pouco antes de Roland Garros.

«Olho para trás e fico contente por tê-lo feito», afirmou Murray no podcast The Tennis Podcast, do The Athletic.

«Foi uma experiência incrível que tive. Não durou muito, mas dediquei-me totalmente. Fiquei desapontado. Provavelmente não consegui os resultados que gostaria para ele.»

A união dos dois antigos rivais dominou as manchetes, com Murray a escolher um dos jogadores de maior destaque do desporto para a sua primeira experiência como treinador.

«Foi uma boa oportunidade, porque sentia que queria ser treinador em algum momento e, se não a tivesse aproveitado, poderia olhar para trás e pensar que teria sido muito interessante, que poderia ter aprendido muito, ou talvez arrepender-me», acrescentou Murray.

«Estamos a trabalhar não só com um dos melhores tenistas, mas com um dos melhores atletas de todos os tempos, por isso a minha expectativa era que fosse extremamente desafiante», explicou.

«O Novak, tal como eu, é uma personalidade exigente na forma como encara o seu ténis, é extremamente rigoroso.»

Sob a sua orientação, Djokovic venceu Carlos Alcaraz para chegar às meias-finais em Melbourne, mas o vencedor de 24 títulos do Grand Slam sofreu uma lesão nos isquiotibiais e retirou-se após um set contra Alexander Zverev.

«Foi uma pena o que aconteceu na Austrália com a lesão, mas vi-o jogar um ténis ridículo nesse torneio», disse Murray.

Após o regresso da lesão, Djokovic sofreu duas derrotas consecutivas na primeira ronda no Qatar e em Indian Wells, e perdeu a final em Miami para o talentoso adolescente checo Jakub Mensik.

«Depois da lesão, foram certamente uns meses difíceis para ele, mas também para a equipa e para todos nós. Aprendi muito sobre o que é ser treinador. Estive totalmente investido, esforcei-me ao máximo para ajudar e criei boas relações com a sua equipa pelo caminho», concluiu o ex-tenista de 38 anos, que se mostrou aberto a um novo desafio como treinador.