Acabou carreira aos 21 anos por medo de morrer: «Vi coisas impensáveis no ciclismo»
No passado mês de agosto, Louis Kitzki surpreendeu o mundo do ciclismo ao anunciar o ponto final na carreira com apenas 21 anos de idade. Uma decisão tomada depois de vários meses a ser ponderada e muito por causa das duas mortes a que o antigo corredor, que fazia parte da equipa de desenvolvimento da Alpecin-Deceuninck, assistiu em prova. A primeira foi em julho de 2024, quando o norueguês André Drege morreu após uma queda na Volta à Áustria, e a segunda foi no Tour Valle d'Aosta, na qual o italiano Samuele Privitera, de apenas 19 anos, perdeu a vida.
«Tomei a decisão na primavera, mas foi pensada durante um ano. Vi coisas impensáveis no ciclismo que me levaram a parar para o meu bem. Depois de assistir à morte do André Drege, senti que já não conseguia estar ao meu melhor nível, a minha única preocupação era sobreviver. O que está a acontecer no ciclismo de hoje em dia é preocupante, porque não há medidas para o tornar mais seguro. O mais pequeno erro pode ser fatal para um ciclista e pode afetar outros 150 à sua volta. No ano passado coloquei-me em situações muito perigosas, descidas rapidíssimas, com carros nas bermas... A morte não é assim tão frequente no ciclismo, mas está sempre ao virar da esquina», apontou o jovem atleta, que entretanto retomou os estudos em Química na Universidade de Hamburgo, numa entrevista ao Le Parisien.