Abel Ferreira não poupa nas críticas: «Este relvado devia ser inadmissível»
O Palmeiras perdeu 0-1 com o Bahia e, após a partida, Abel Ferreira não poupou nas críticas ao relvado do estádio do adversário. O treinador português deu os parabéns à equipa vencedora, mas voltou a deixar críticas ao estado do relvado, que, para o técnico, devia ser «inadmissível» no futebol «de alto nível».
«É difícil. Não estás preparado para este tipo de situações. Estamos a falar de futebol de alto nível, profissional, este relvado devia ser inadmissível. As lesões surgem pelas condições do relvado. Se forem lá fora conseguem ver que o relvado é pintado. Não consigo entender. É dar os parabéns ao Bahia. Fez um golo num lance individual, num jogo muito equilibrado mas muito difícil de ser jogado. A bola estava constantemente a saltar, é difícil jogar assim. Mas parabéns ao nosso adversário. É a nossa segunda derrota fora de casa. É um caminho difícil, longo, mas é muito difícil jogar num relvado destes. Mas aceitamos e seguimos», começou por dizer Abel.
As críticas continuaram, com destaque para as duas substiuições forçadas ainda no primeiro tempo devido às lesões de Piqueréz e Evangelista. «Podemos arranjar todas as desculpas, podemos dizer que é do cansaço, que foi do jogador, que o treinador substituiu mal... Lamento as lesões, lamento a forma como quisemos jogar futebol num relvado destes. Não dá para criar. Tivemos as mesmas oportunidades. Acho que é triste. O Bahia tem jogadores muito bons, o Palmeiras também tem, é difícil jogar assim. Acabou por ganhar a equipa que foi mais feliz. No momento em que sofremos o golo é quando estamos mais por cima do jogo. Mas vê-se que a qualidade das ações é ruim porque a bola está sempre a saltar. Depois do golo, acabou o jogo. Parabéns ao nosso adversário. Daqui a 3 ou 4 dias estamos a jogar outra vez», prosseguiu.
O Palmeiras prepara-se para atacar um ciclo de oito jogos em outubro e mais seis em novembro. Questionado sobre a pressão e concentração do calendário, Abel referiu que isso é «bater em ponta de faca», significando que é o próprio que, com as críticas, fica mal visto. «É muito duro um treinador falar de algo que não é de hoje. É bater em ponta de faca e depois quem sangra sou eu. Sei o que apanhei ao longo destes anos por querer melhorar e as pessoas entenderem a minha crítica por não gostar de estar onde estou. Não é isso, digo porque acho que há margem para melhorar. Mas se as pessoas não querem... Sei onde estou, as regras são estas. Vamos continuar a jogar de três em três dias, dois em dois dias, o que for», afirmou o treinador, que não negou a importância do fator-sorte: «Às vezes entregar também um pouquinho à sorte, das lesões, da recuperação, porque é preciso essa pontinha de sorte. Para não apanharmos relvados como este, para não termos, como o nosso adversário, nenhuma lesão, nós tivemos duas.»
«Não adianta falar mais sobre o calendário, sobre o relvado. Não vai depender de mim. Muitas pessoas avisaram: 'Não faças isso, a tua imagem vai piorar.' Mas não vou deixar de ser eu. A pergunta é pertinente, mas já ma fizeram 534 vezes. Há muito espaço para melhorar, mas essas decisões não me cabem a mim», completou.