A segunda vida de Grealish
Qual é a primeira coisa em que pensamos quando ouvimos o nome de Jack Grealish? Imaginamos uma foto tremida, à porta de um bar, olhos semicerrados, discurso arrastado. Comportamentos que o foram afastando da equipa principal do Manchester City. Mas há algo a mudar.
Aos 30 anos, andou apenas 50 quilómetros mais para a esquerda no mapa de Inglaterra e reencontrou-se por empréstimo no Everton. Teve impacto imediato e foi eleito em agosto, pela primeira vez na carreira, o melhor jogador do mês da Premier League; vem sendo titular em quase todos os jogos.
Está na altura de sermos inundados pelos anúncios e iniciativas de Natal de empresas e clubes. O Everton sabe a gema que tem e colocou Grealish numa escola a surpreender um menino de 8 anos com uma história dura: perdeu o pai em bebé, recentemente uma avó e a mãe foi diagnosticada com cancro.
🚨 𝗡𝗘𝗪: Please take a moment to read this.
— The Touchline | 𝐓 (@TouchlineX) December 20, 2025
This is 8 year old George. He lost his father and he lost his grandmother. But the story gets even worse as his mother (seen left of him) has now been diagnosed with stage 4 blood cancer.
Earlier this week Jack Grealish decided to… pic.twitter.com/sFXYDeFyoQ
Jack levou o melhor sorriso e convidou o menino, Georgie, para ser mascote no jogo frente ao Arsenal. «Nem tens de entrar comigo, mas gostava muito», soltou-lhe perante uma sala cheia. «Somos melhores amigos, não vos disse?» Ao fazer Georgie feliz, fez também o avô, a mãe, e todos os que ficaram tocados pela ação. Não custa muito.
When @JackGrealish turns up in the middle of your class... 😮
— Everton (@Everton) December 17, 2025
After hearing young Georgie's heartbreaking story, we arranged a special surprise in time for Christmas. 💙 pic.twitter.com/oX7jeLJqBH
Contratado ao Aston Villa logo após o Euro 2020 (disputado no verão de 2021) Grealish chegou logo com rótulo: um investimento de cerca de 117 milhões de euros, recorde de transferências em Inglaterra. Uma etiqueta pesada, que custou a aguentar: 39 jogos e 6 golos, na primeira época, depois 50/5, depois 36/3, por fim 32/3, em ano de fim de linha com Guardiola, números misturados com aquelas tais fotos de garrafa na mão.
O extremo admitiu que o comportamento fora das quatro linhas não lhe trouxe benefícios. «As pessoas dizem: 'ele gosta de sair, gosta de festas', e é verdade. Quero poder divertir-me. Provavelmente não escolhi os momentos certos. No City, houve alturas em que não me ajudei, admito-o, mas também não creio que a culpa tenha sido toda essa», disse à Sky Sports.
Perdeu, entretanto, o comboio da seleção de Inglaterra, mas parece no Everton mais feliz do que nunca, confortável com o treinador David Moyes e unânime nas bancadas do estádio Hill Dickinson.
Já circula o meme ‘nunca te apaixones por um jogador emprestado’, mas talvez seja tarde de mais para os adeptos dos ‘toffees’.
Best buddies. 💙
— Everton (@Everton) December 20, 2025
Jack Grealish and Georgie are reunited on matchday. pic.twitter.com/n1b3q5j222