«A minha força vem da minha mãe em lágrimas»
André Soares, que tinha sido campeão na última edição dos Jogos Surdolímpicos, conseguiu voltar à pista após a queda a 10 voltas do final, para ficar atrás de Andreevich Rozanov, a competir como neutro, e do sul-coreano Byungwook Ko.
«Foi uma corrida interessante. Partíamos como favoritos e com ambição depois de termos tido bons resultados em Caxias do Sul e nos Campeonatos do Mundo. Tentei lutar por um lugar mais alto, mas sofri uma queda numa curva. Levantei-me, segui em frente e sprintei até ao terceiro lugar. A minha força veio de ver a minha mãe em lágrimas e querer deixá-la orgulhosa. Dedico esta medalha à minha namorada e também a toda a equipa e a todos os que nos apoiam. Amanhã vamos recuperar e preparar-nos para as próximas provas, com o foco sempre em lutar até ao fim», explicou André Soares no final da corrida.
Em Izu, João Marques participou igualmente na corrida por pontos, mas acabou desclassificado a duas voltas do fim, após indicação dos comissários. A reclamação apresentada pela delegação portuguesa não foi aceite.
Os dois portugueses permanecerão em competição ao longo da semana pois André Soares e João Marques voltam a competir no contrarrelógio individual, na madrugada de quinta-feira. A participação nacional encerra no dia 22 com a corrida de fundo, novamente em Izu, numa prova longa e imprevisível onde a resistência e o posicionamento serão determinantes para o resultado final.
No salto em altura, Gustavo Pereira, que fazia a estreia em Jogos Surdolímpicos, terminou em 11.º lugar, depois de ter feito dois saltos, de 1,65 e 1,70 metros, mas sem conseguir superar os 1,75 metros.
Os Jogos Surdolímpicos Tóquio2025, que decorrem entre 15 e 26 de novembro, juntam cerca de 3.000 atletas com deficiência auditiva e Portugal conta com 13 participantes, que competem em cinco modalidades: atletismo, ciclismo, judo, natação e tiro.
Portugal participa pela nona vez nestes Jogos, deste a estreia em Sófia, em 1993, tendo conquistado desde então um total de 19 medalhas (oito de ouro, quatro de prata e sete de bronze), duas já em Tóquio, pela judoca Joana Santos (ouro) e por André Soares (bronze).