Ricardo Horta apontou o golo do triunfo bracarense, perante o Santa Clara. Foto: Hugo Delgado/LUSA
Ricardo Horta apontou o golo do triunfo bracarense, perante o Santa Clara. Foto: Hugo Delgado/LUSA

A melhor arma do arsenal abateu a muralha açoriana (crónica)

Ricardo Horta apontou o único da partida, numa bela jogada dos bracarenses ainda na primeira parte; minhotos ‘colam-se’ ao quarto lugar com os mesmos 25 pontos que o Gil Vicente; insulares pouco ou nada incomodaram

O SC Braga venceu o Santa Clara, por 1-0, recorrendo à arma mais eficaz que tem no seu arsenal. Ricardo Horta apontou o único golo da partida e colocou a equipa em igualdade pontual no quarto posto da Liga.

Os arsenalistas tomaram conta de todas as operações do encontro, mas não conseguiam desfazer o bloco recuado dos açorianos. Apenas em passes longos ganharam alguma vantagem para cruzamentos de Gabri Martínez, porém sem criarem real perigo. Fran Navarro foi quem esteve mais perto, aos 19’, ao conseguir virar-se para a baliza, no entanto o remate foi desviado e saiu ao lado.

Mesmo com pouca bola e confortável a defender, o Santa Clara esteve muito perto de inaugurar o marcador. Serginho recuperou uma bola em zona subida, serviu Brenner Lucas que ganhou em velocidade, mas não conseguiu ultrapassar Hornicek que manteve a compostura no um para um com o avançado dos insulares.

A resposta da equipa da casa surgiu em lances de bola parada. Na sequência de um livre lateral, Lagerbielke ganhou nas alturas e serviu Fran Navarro que desviou fraco. Numa jogada semelhante, o defesa sueco voltou a ganhar no ar e obrigou Gabriel Batista a sujar o equipamento para evitar o golo.

Antes do intervalo, aos 42 minutos, os arsenalistas conseguiram furar a muralha açoriana, num bom momento de futebol. Com a sua excelente visão de jogo, João Moutinho encontrou a desmarcação de Gabri Martínez que serviu de primeira Ricardo Horta que encostou para o fundo das redes.

No reatamento continuou tudo demasiado lento, com a turma de Vasco Matos a tentar ser mais audaz, porém sem conseguir incomodar Lukas Hornicek. Os bracarenses foram gerindo a vantagem e a partida entrou num marasmo de ideias.

Os comandados de Carlos Vicens perceberam que era hora de se colocarem nas trincheiras e não permitiram que os insulares colocassem em causa o triunfo, garantindo os três pontos vencendo pela margem mínima. No entanto, quase a terminar, Niakaté foi substituído devido a queixas físicas, sendo que o central está de partida para a Taça das Nações Africanas para representar a seleção do Mali.

Desta forma, o SC Braga somou o sétimo encontro consecutivo sem perder e a quarta vitória seguida que o coloca com os mesmos 25 pontos que o Gil Vicente, no lugar de acesso às competições europeias da próxima temporada, tendo o pódio (Benfica) a sete pontos de distância.

Melhor em campo: Ricardo Horta (nota 7)
O capitão do SC Braga continua a ser decisivo e neste jogo apareceu no sítio certo à hora certa para colocar mais uma bola no fundo das redes adversárias, sendo já o seu nono golo na temporada (cinco na Liga, três na Taça de Portugal e um na Liga Europa). Um jogador que faz, quase sempre, a diferença e que garante vitórias importantes, como esta.
A figura: Brenner Lucas (nota 6)
O avançado brasileiro foi, sem dúvida, o elemento que mais agitou o ataque açoriano, dispondo de uma bela oportunidade para marcar ainda na primeira parte, mas falhou isolado perante Hornicek. O jogador, de 23 anos, não tem qualquer tento apontado na presente época e talvez seja isso que lhe está a faltar para ganhar confiança, pois velocidade e técnica tem.

As notas dos jogadores do Santa Clara: Gabriel Batista (5), Sidney Lima (5), Luís Rocha (5), Frederico Venâncio (5), Lucas Soares (5), Adriano (5), Pedro Ferreira (5), Serginho (5), Paulo Víctor (5), Wendel Silva (5), Brenner Lucas (6), MT (5), Diogo Calila (5), Gabriel Silva (5), Djé Tavares (-) e Henrique Silva (-).

Vasco Matos

No cômputo geral fizemos um bom jogo, dentro daquilo que tem sido o nosso crescimento como equipa. No jogo, o SC Braga entrou forte e tem jogadores de enorme qualidade, mas em termos de oportunidades não me recordo de nenhuma até ao golo, sendo que a melhor foi nossa. Na segunda parte tivemos mais bola, criámos dinâmicas diferentes, mas faltou definição no último terço.

Carlos Vicens

A equipa entrou ambiciosa e tinha de ser assim. Sabíamos que o Santa Clara vinha muito organizado e perto da sua área e tínhamos de criar um volume de jogo que nos permitisse chegar várias vezes à área adversária. Mantivemos sempre a calma, o que foi essencial, pois podíamos estar sujeitos a contra-ataques. Porém, foium jogo em que criámos menos oportunidades que em outros.