A explicação de Rui Jorge para o adeus

Portugal foi eliminado do Europeu de Sub-21 e Rui Jorge analisou o desaire da Seleção Nacional frente a Inglaterra e explicou a mudança de rendimento da primeira para a segunda parte: «Penso que mais do que a agressividade foi a coragem que mudou. Temos jogadores com qualidade suficiente para fazer muito mais, em termos do que foi a nossa posse de bola na primeira parte. Faltou-nos alguma coragem para ter bola. A qualidade de passe não foi a melhor, a lentidão no passe e, inclusive, más opções. Foi uma primeira parte nada bem conseguida pela nossa equipa.»

O selecionador nacional de sub-21 assumiu que «a Inglaterra foi melhor do que nós na primeira parte e nós melhores na segunda». «A Inglaterra é uma belíssima equipa, mas nós também somos uma boa equipa e não conseguimos mostrar todo o potencial que temos.»

Rui Jorge mandou Paulo Bernardo aquecer aos 19 minutos, o médio esteve a aquecer sozinho, junto à linha, até ao intervalo e só entrou no segundo tempo. O selecionador explicou esta decisão: «Não estava satisfeito com a forma como o Samu [Samuel Costa] estava a desempenhar a função. Não estava a conseguir fazer algumas coisas que eu pretendia para o jogo e ponderei retirar o Samu e colocar o Paulo Bernardo. Entretanto o Samu acalmou o seu jogo, começou a entrar dentro do ritmo. Quando estou a falar do Samu estou também a falar da equipa toda. Pela forma como estávamos a jogar, esperava que ele desse outro tipo de resposta. Tirei-o ao intervalo porque precisávamos de outra coisa ali no meio-campo. Não tem a ver com jogar mal. Tem a ver com não estar a fazer o que eu pretendia para aquela posição.»

Portugal jogou no Europeu em 4x4x2 e em 4x3x3. Rui Jorge foi questionado em qual dos sistemas a equipa rendeu mais: «Tivemos bons momentos em 4x4x2 e há coisas que nada têm a ver com o sistema. Às vezes dá-se um peso demasiado grande a isso e não é propriamente o mais importante. Para falar do jogo de hoje, na primeira parte os espaços estavam lá, os jogadores livres estavam lá, quando tínhamos bola. Não tivemos foi capacidade para os encontrar e para executar como devíamos. Foi uma questão de coragem para o jogo e de capacidade de, contra uma grande equipa, demonstramos que conseguimos jogar o nosso futebol.»

Antes de abandonar o estádio em Kutaisi, Rui Jorge tentou ainda explicar os 23 convocados não terem conseguido demonstrar no Europeu o que sempre disse que faltava: «O nível das equipas para onde viemos foi diferente do nível da qualificação. E o nível do jogo que os Sub-21 normalmente apresentam não o conseguimos apresentar. Houve coisas que conseguimos pôr em campo. A qualidade não. Pontualmente conseguimo-lo, como a segunda parte deste jogo, mas no geral não. E custa-me dizer isto porque sei que o resto vai ser esquecido, como a entrega dos jogadores.»