Antigo árbitro não viu casos de maior no jogo entre dragões e gansos, mas aborda uma questão relacionada com a... indumentária dos jogadores, pegando num momento de Eustáquio no jogo

A análise de Pedro Henriques à arbitragem do FC Porto-Casa Pia

19 faltas, 4 amarelos, 59% de tempo útil, números interessantes e positivos, que refletem um jogo fácil, mas bem dirigido por Sérgio Guelho (nota 7), não obstante pequenos lapsos

1' Foi o jogador do Casa Pia, Cassiano, que na sua movimentação já no interior da área portista, com o intuito de ganhar posição e se desmarcar, acabou por provocar contacto com Bednarek, acabando ambos por cair. Num lance onde a bola estava longe, mais concretamente no corredor direito conforme atacavam os Gansos. Boa decisão, sem penálti.

12' Alan Varela, após saltar e no seu movimento descendente, acaba por, de forma inadvertida, ou seja, de forma imprudente, acertar com a sua mão direita na cara de Jérémmy Livolant. Livre direto sem qualquer sanção disciplinar.

15' Luuk de Jong, com o seu pé direito, faz um remate de perto e à queima, denominada tecnicamente como bola inesperada, que vai ao braço esquerdo de João Goulart. Embora o braço estivesse ligeiramente aberto, estava em posição normal e natural para o movimento que estava a fazer, com a perceção que até o estava a recolher numa tentativa de evitar o contacto. Boa decisão, sem penálti.

25' Há uma falta clara de Renato Nhaga sobre Alan Varela. Na ocasião o jogador casapiano, com o seu pé direito, pontapeia o calcanhar direito do jogador portista. Por ser uma abordagem apenas imprudente, ficou um pontapé livre por assinalar, mas sem qualquer sanção disciplinar.

28' Cartão amarelo bem mostrado a William Gomes por uma entrada fora de tempo. Esticou a sua perna direita e, com a ponta da bota, mas de sola, acertou e pisou o pé direito de Duplexe Tchamba.

POSITIVO
O jovem árbitro agarrou a oportunidade, em jogo mais mediático, para rubricar prestação positiva.Assistentes em bom plano

40' No terceiro golo dos dragões, tudo legal ao nível do fora de jogo. Alberto Costa remata e a bola ainda toca e é desviada pelo calcanhar esquerdo de Nehuén Pérez, que estava em posição legal, pois no momento do remate/passe do seu colega tinha mais de dois adversários entre ele a linha de baliza.

51' Victor Froholdt viu de forma correta o cartão amarelo por uma falta tática, Na ocasião, por trás, carregou de forma ilegal as costas de Jérémy Livolant. O objetivo foi destruir e parar a jogada, sem qualquer intenção de jogar a bola.

60' Faltou mostrar cartão amarelo a Iyad Mohamed por, de forma evidente e ostensiva, ter agarrado com ambas as mãos Alan Varela, um comportamento e ação antidesportivos que deveriam ter sido sancionados disciplinarmente.

NEGATIVO
Três minutos de compensação foi pouco, para os quatro momentos de substituição, o golo e os três amarelos mostrados no 2.º tempo

65' Cartão amarelo bem mostrado a Jan Bednarek por, sem qualquer interesse em jogar a bola, ter ido claramente às pernas de Jérémy Livolant, derrubando-o quando este ia em velocidade pelo corredor direito do seu ataque, num lance com potencial perigo. Abordagem negligente, bem sancionada disciplinarmente.

67' Quarto golo dos dragões foi legal, não havendo qualquer infração à lei do fora de jogo. O jogador do Casa Pia, Duplexe Tchamba, jogou a bola de forma deliberada e esta foi recolhida por Borja Sainz, que estava em fora de jogo posicional, mas cuja posição ficou automaticamente anulada em função de a bola ter vindo do seu adversário (Lei 11, fora de jogo, página 104: «(...) Não se considera que um jogador tira vantagem da posição de fora de jogo quando recebe a bola do adversário que a jogou deliberadamente.»

77' O árbitro, a dado momento, com o jogo interrompido, agarrou numa caneleira que estava no relvado e foi dá-la a Eustáquio, que a tinha perdido de forma meramente acidental. Tudo correto: não há qualquer sanção disciplinar em caso de perda da caneleira, o importante é que a possa repor de novo. Lembrar que as caneleiras são obrigatórias. Atualmente, e com a alteração da lei, o tamanho da caneleira é da responsabilidade do próprio jogador, embora deva conferir um certo grau de proteção, e tem sempre de estar coberta pelas meias.

80' Ficou eventual dúvida sobre se Luuk de Jong teria tocado a bola com o braço/mão na sua própria área. Não houve qualquer repetição que mostrasse o lance, mas o árbitro, com o jogo interrompido, fez um compasso de espera para ouvir o VAR, que lhe disse quase de imediato para seguir o jogo, sinal de que não houve infração. Na minha perceção, em lance no limite da área, fica a ideia de bola no peito e não no braço.

90' Cartão amarelo mostrado a Seba Pérez por, sem bola no local, ter feito uma entrada fora de tempo, pois não parou o seu movimento de corrida e, por trás, derrubou o seu adversário, na ocasião Borja Sainz.

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