O que disseram os cinco primeiros do Rali de Portugal

Ott Tanak, ao volante de um Hyundai i20 N, é o líder do Rali de Portugal após a longa primeira etapa, com dez especiais de classificação. O estónio terminou ontem o dia com quatro vitórias e um tempo total de 1:41.26,2 horas, seguido pelo francês Sébastien Ogier, em Toyota GR Yaris, que gastou apenas mais sete segundos e conquistou dois triunfos.

No final do dia, os cinco primeiros da classificação geral prestaram declarações à Comunicação Social:

Ott Tanak (Hyundai): «Tivemos um bom arranque, nas duas primeiras especiais senti-me bem no carro, mas depois perdemos um pouco essa sensação. O resto do dia não foi tão bom, mas lutámos até ao fim para manter a posição na estrada e ter uma oportunidade amanhã [sábado] de lutar com os Toyota.

Hoje [sexta-feira] foi longo. Sentámo-nos no carro às 06h00 da manhã e só acabámos à noite. O dia longo não é o problema maior, mas sim o horário mal planeado. Tivemos no máximo 9 ou 10 minutos ao almoço para comer qualquer coisa e seguir».

Sébastien Ogier (Toyota): «Estar em segundo lugar nesta altura, faz me feliz. Sobretudo depois de um arranque difícil esta manhã, estou contente com a forma como lutámos e conseguimos manter-nos perto do líder. Garantimos uma boa posição de partida para amanhã, isso era crucial.

Foi um dia longo para todos. O descanso vai ser essencial. Amanhã [sábado] temos uma grande batalha. Disputar a vitória é sempre intenso e prazeroso. Sei que tenho de dar o meu melhor se quiser ter uma hipótese. Sete segundos não é muito, temos de tentar pressionar.

[Sobre a segurança de dias tão longos?] Acho que vai depender do piloto a quem se perguntar, muitos vão dizer que já fizemos pior. Já participei em ralis com horários bem puxados. Mas somos atletas profissionais e estamos preparados.

Mas para o desporto em si, não sei se é assim tão interessante. Não acredito que os fãs acompanhem o rali desde as 07h00 da manhã até à noite. Se o itinerário fosse mais compacto, seria melhor para todos. Hoje foi um pouco longo demais para todos».

Takamoto Katsuta (Toyota): «A parte da tarde não foi tão boa como antes, talvez estivesse mais cauteloso. Não me senti muito bem e não queria cometer erros, fui mais seguro, mas foi o caminho errado. Estou um pouco desiludido, mas no fim não é grave».

Kalle Rovanperä (Toyota): «Falamos tanto sobre segurança rodoviária, e depois passamos fins de semana a dormir quatro ou cinco horas por noite, várias noites seguidas.

Dá para fazer, mas não sei se faz muito sentido. Quando tentamos manter-nos acordados nas ligações, começa a ser realmente difícil. Não vejo necessidade de estarmos 15 horas no carro assim.

As etapas de sexta-feira aqui em Portugal já costumam ser longas, mas este ano foi ainda mais. Deixa de ser prazeroso quando estás tão cansado.

Ainda não falámos com a FIA sobre reorganizar a prova, mas no futuro é algo que tem de ser pensado. Para mim é claro que não precisamos de dias tão longos, nem devia ser algo em discussão.

Amanhã acordamos outra vez às 05h00, e talvez só à meia-noite estejamos a acabar todas as tarefas. Acho que é um ponto onde o descanso devia ser prioridade».

Thierry Neuville (Hyundai): «Sim, melhorámos bastante à tarde. Esta manhã também estávamos a forçar, mas não conseguimos juntar tudo.

Perdemos logo uns oito segundos com um pião e mais algum tempo por falta de confiança. No geral estou satisfeito com o dia e estamos muito próximos do pódio.

A primeira passagem ainda é complicada, mas estamos numa boa posição para amanhã. E ter o Loubet à frente também é positivo. Foi um bom dia para a equipa.

Foi exigente. E, para nós, o dia ainda não acabou. Ainda temos muito para preparar. Foi demasiado longo, para o meu gosto. Gosto quando é desafiante, é aí que somos fortes. Mas talvez hoje tenha sido um exagero».