Mundial de Doha – Mariana e Francisco, estreantes chamados para ajudar a chegar aos Jogos

Mundial de Doha – Mariana e Francisco, estreantes chamados para ajudar a chegar aos Jogos

NATAÇÃO11.02.202405:10

Têm o peso de, logo no seu primeiro campeonato do mundo, terem a missão de colocar as estafetas de 4x100 estilos em Paris-2024.

Entre os nove nadadores nacionais que competirão no Aspire Dome para o 21.º Mundial de Doha-2024, que arranca este domingo, dois estreantes (no total são três): Mariana Cunha, de 19 anos, e Francisco Quintas, de 28. 

Apesar de não terem tido mínimos A para o campeonato, foram as apostas da federação para completar a estafeta de 4x100 estilos feminina e masculina que desejam qualificar-se para os Jogos de Paris-2024. 

Para tal, terão de ficar no top 16 do mundo, mas tendo em conta que três já se qualificaram, há sete meses, no Mundial de Fukuoka-2023.

SELEÇÃO NACIONAL

Ana Rodrigues -Desportiva de Viana
50 e 100 bruços

Camila Rebelo - Louzan Natação
50, 100 e 200 costas

Francisca Martins - Foca
200 e 400 livres

Mariana Cunha - Colégio Efanor
100 e 200 mariposa

Tamila Holub - Sp. Braga
800 e 1500 livres

Diogo Ribeiro - Benfica
50 e 100 livres, 50 e 100 mariposa

Gabriel Lopes - Louzan Natação
100 costas e 200 estilos

Francisco Quintas - Sporting
100 bruços

Miguel Nascimento - Benfica
50 livres

Para Mariana, nadará os 100 (hoje) e 200 mariposa além da referida estafeta, trata-se de uma estreia total, já que nem no Mundial júnior esteve devido à pandemia. «Era para ter competido nesse campeonato, mas não houve por causa do covid. Depois pensava que iria ao seguinte porque supostamente ainda tinha idade, só que nesse ano a FINA [atual World Aquatics] disse que nessa edição as raparigas de primeiro ano de seniores afinal já não poderiam competir. Por isso nunca fui a um campeonato do mundo de juniores», começou por contar a A BOLA a internacional do Colégio Efanor. 

«Agora será um sonho realizado. Entrei para a Seleção sénior bastante nova e sempre vi os mais ‘velhos’ – que para mim eram o máximo – irem para os Europeus e Mundiais. Agora chegou a minha vez de estar cá com eles. Trata-se de significante momento para mim. E que seja um passo para o futuro, pois desejo que este seja apenas o primeiro de muitos», acrescenta sorrindo. 

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Seleção de natação pura começa, este domingo, a competir no Qatar e, tal como Diogo Ribeiro, a nadadora do Louzan quer chegar à luta das medalhas. Mas não só, se possível, ainda conseguir uma segunda prova para nadar nos Jogos de Paris-2024 e ajudar Portugal a qualificar a estafeta de 4x100 estilos.

Pode ser o primeiro, mas houve uma aposta em si para a estafeta de 4x100 estilos para tentar chegar aos Jogos, não foi? «Sim, é verdade. É giro! Não estamos habituados a nadar estafetas. Nunca nos foi colocado aquele ritual das estafetas e isso também é bom para gerarmos maior espírito de equipa – não é que falte –, mas ajuda a criar outra ligação entre nós para tentarmos o apuramento». 

E, para si, esse apuramento para Paris-2024 seria…? «[risos] Claro que era especial!». E a nível individual quais são as meta que levou? «Conforme a entry list que saiu, gostava de tentar uma meia-final. Sei que é difícil, mas é um bom objetivo bom e ambicioso que adorava realizar. Seria uma grande experiência para um primeiro Mundial», contou. 

Enquanto ia crescendo Mariana foi batendo recordes atrás de recordes. Agora que é sénior, as melhores marcas nacionais são, naturalmente, mais difíceis de superar. Ainda não tendo algum em piscina longa, em curta contabiliza dois (100 mariposa, 100 estilos). «Nos escalões de juvenis e juniores sempre foi muito mais fácil. E, por outro lado, não se está sempre a melhorar. Mas a época passada fechou um com resultando bastante bom ao ter sido 3.ª no Europeu de sub-23 [100 mariposa]. Acho que esta temporada consigo voltar a evoluir. Estou a trabalhar para isso. Tenho margem para melhorar», concluiu. 

Do quase abandono ao sonho dos Jogos

Tal como acontece com Mariana, também Francisco, que apenas participou em Europeus, levou na bagagem para o Qatar não só a prova individual, no seu caso dos 100 bruços (hoje), mas sobretudo o peso da participação na estafeta de 4x100 estilos devido a João Costa (V. Guimarães), recordista nacional dos 100 costas e já qualificado para os Jogos de Paris-2024, ter sido operado ao ombro direito. 

Francisco fica responsável pelo percurso de bruços e o olímpico Gabriel Lopes passa a nadar os primeiros metros a costas enquanto Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento se mantêm, respetivamente, a mariposa e crawl

«O entusiasmo é grande. Estamos todos muito animados com esse objetivo. Temos trabalhado os quatro, melhor, os cinco, que o João Costa não está aqui mas também é importante, e agora é preciso que estejamos à altura do momento [domingo, 18, última jornada do campeonato]. Mas é um privilégio estar aqui com estes três supertalentos da Seleção. Estamos confiantes e, certamente, vai tudo correr bem», refere, esperançado, o nadador do Sporting. 

Portugueses no domingo (11 fev.)

Eliminatórias 6.30h, Meias-finais e finais 16.00h

400 livres – Francisca Martins

100 mariposa – Mariana Cunha

100 bruços – Francisco Quintas

50 mariposa – Diogo Ribeiro

Como é para alguém que, há dois anos, esteve quase para desistir da modalidade por causa de uma complicada lesão nas costas, viver agora o seu primeiro Mundial? «A minha carreira tem sido sempre assim, um bocadinho com altos e baixos. No entanto, ultrapassar estes desafios é que também faz a carreira de um atleta. Tenho muito orgulho no meu percurso e este é mais um momento. Provavelmente o mais importante, mas estarei à altura, de certeza», garante. 

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E pode acabar na estafeta ou como suplente nela nos Jogos de Paris? «Sim, sim… É esse o objetivo. Tenho estado focado nele e sinto-me crente de que apuraremos a estafeta», reforça. 

E a nível individual, onde pensa que ode chegar nos 100 bruços? «Penso que posso nadar perto do recorde nacional [1.01,01m, de Carlos Almeida desde 2013, o se máximo pessoal são 1.01,16, em 2020]. Já nadei alguma vezes próximo dele. Vamos ver se é desta. Estou expectante.»