Diogo Ribeiro conta que antes de chegar à final e bater recordes teve dias com vómitos e nadou mal disposto
Fotografia Simone Castrovillari/FPN

Diogo Ribeiro conta que antes de chegar à final e bater recordes teve dias com vómitos e nadou mal disposto

NATAÇÃO11.12.202301:12

Nadador do Benfica superou-se fisicamente no seu primeiro Europeu de piscina curta e imagina que se não tivesse sofrido uma intoxicação alimentar a cinco dias do campeonato poderia ter estado na luta pelas medalhas

Enquanto Francisca Martins alcançou um sensacional 5.º lugar com máximo nacional de 4.04,57m, Diogo Ribeiro foi 7.º classificado nos 100 livres e também fixou um novo recorde português, em 46,61s. 

Pela terceira vez, o nadador luso percorreu a distância abaixo dos 47s – a segunda havia sido na véspera – e continua a ser o único português a realizar o feito. Agora ainda com mais valor por ter sofrido uma intoxicação alimentar cinco dias antes do Euro romeno, e durante quatro sem sequer treinou.

Momentos que marcaram uma edição onde a Seleção alcançou cinco finais, quatro individuais, 13 semifinais e 15 recordes nacionais, cinco nas estafetas.

Mas ele Ribeiro sabia o quanto lhe saíra do corpo para este novo tempo e na véspera ter fechado o oito dos oito finalistas com 46,95s. Abaixo dos 47,17 com que havia sido 10.º nas qualificações entre 43 participantes. 

«Sim para a forma em que estou depois do que passei na última semana, este resultado é incrível. Nem eu acreditava que seria possível, mas também é bom para refletir e ficar a pensar que caso tivesse competido bem estaria, de certeza, a lutar pelas medalhas», contou o nadador do Benfica a A BOLA. Dias antes ficara à porta das finais dos 50 e 100 mariposa ao ser 9.º. Na primeira por apenas 3 centésimos.

Fotografia Simone Castrovillari/FPN

A final dos 100 livres foi ganha pelo francês Maxime Grousset (45,46), seguido do italiano Alessandro Miressi (45,51) e do romeno David Popovici (46,06). «Mas agora já passou. Isto fica para trás e é voltar a trabalhar para o próximo grande objetivo, o Mundial de Doha [piscina longa], em fevereiro», adianta.

Ainda assim bateu vários recordes nacionais [100 livres, 50 mariposa duas vezes e 100 mariposa e dois de estafetas]. «Sim, nas cinco provas diferentes que disputei. Sempre que nado quero dar o melhor, mas senti-me mal em algumas». 

«Fui treinando desde que cheguei mas, no início foi o problema de vir de uns dias parado e com vómitos. Uma vez que isso passou, fui recuperando e ficando cada vez melhor», contou o vice-campeão mundial de 50 mariposa em Fukuoka-2023, que antes do Natal ainda ajudará o Benfica a defender o título masculino no Nacional de clubes. 

Caiu o recorde mundial mais antigo da natação

Ainda ontem, de destacar a queda do mais antigo recorde do mundo da natação, quer em piscina curta como longa, com o irlandês Daniel Wiffen a conseguir 7.20,46m na final dos 800 livres, retirando assim 2,96s à marca que o multicampeão australiano Grant Hackett (7.23,42) estabelecera em julho de 2008, em Melbourne. Na altura, Wiffen, que também foi ouro nos 400 e 1500 livres, tinha 7 anos.