Lisboa volta a ter seis equipas na primeira liga (IMAGO)

Sporting responde a castigos da final Taça de Portugal

Leões analisam e criticam vários castigos do Conselho de Disciplina da FPF e dizem que até os contratos de jogadores foram colocados no processo da polémica final do Jamor

O Sporting questiona os castigos aplicados pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, dando exemplos pormenorizados de várias sanções, prazos e critérios das mesmas, ao longo da época. Os leões consideram que essas decisões «colocam em causa a integridade das competições e a credibilidade da justiça desportiva».

Os castigos da final da Taça de Portugal são ainda analisados ao detalhe, com os leões a darem conta que «o Conselho de Disciplina juntou aos autos os contratos referentes à contratação dos jogadores Matheus ReisViktor Gyökeres, Morten Hjulmand e Geovany Quenda, incluindo os respectivos contratos de transferência, contratos de trabalho e contratos de intermediação com agentes de futebol»

No comunicado o Sporting reforça que só devido à pronta intervenção que teve é que impediu que o «Benfica e César Boaventura teriam tido – presumindo que não tiveram – acesso a documentos confidenciais com segredos comerciais do Sporting CP e dados pessoais dos jogadores devido à decisão do Conselho de Disciplina da FPF de juntar aos autos elementos totalmente irrelevantes e desconexos com o objecto do processo disciplinar». E a terminar deixa uma pergunta às entidades federativas: «Pergunta-se: a que propósito se expõem contratos confidenciais num processo disciplinar com base num vídeo?»

Comunicado do Sporting:

«O Sporting Clube de Portugal continua a ser, hoje, exactamente aquilo que sempre foi: um clube que defende a independência das instituições que tutelam o futebol. Essa independência é essencial para que essas entidades actuem de forma objectiva, credível e equitativa, permitindo que, dentro das quatro linhas, os clubes possam competir em igualdade de circunstâncias – sendo a única desigualdade aquela que resulta do mérito desportivo.

É neste contexto que o Sporting Clube de Portugal se pronuncia a respeito das decisões do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol que colocam em causa a integridade das competições e a credibilidade da justiça desportiva.

1. Celeridade

  • O jogador Conrad Harder, do Sporting CP, foi suspenso por 1 jogo no dia 17/04/2025. O recurso apresentado foi decidido pelo Conselho de Disciplina após o cumprimento da suspensão, no dia 24/04/2025.

  • Uma decisão inútil no tempo, que retira qualquer efeito útil ao direito de defesa.

2. Igualdade

  • Conrad Harder gritou “Yeah” a um adversário e foi punido com 1 jogo de suspensão.

  • Esgaio, Quenda e Debast terão supostamente dirigido a expressão “Chupa c**” a um adversário e também foram suspensos por 1 jogo.

  • António Silva, jogador do SL Benfica, gritou “Chupa” no corredor de acesso aos balneários, provocando uma reacção de elementos do FC Porto. A sanção? Uma multa de €408.

3. Isenção

  • O Presidente do Sporting CP foi suspenso por 51 dias por decisão datada de 03/04/2025.

  • A notificação da decisão só foi feita no dia seguinte, no dia 04/04/2025, atrasando o início do cumprimento da suspensão.

  • Consequência desse atraso, o castigo apenas terminou no dia 25/05/2025 (em vez de 24/04/2025), dia da final da Taça de Portugal, impedindo o Presidente do Sporting CP de aceder à zona técnica e acompanhar a equipa no jogo.

4. Imparcialidade

  • Durante a sua suspensão, o Presidente do Sporting CP limitou-se a fazer declarações públicas de apoio à equipa e respeito pelo adversário, incluindo na Câmara Municipal de Lisboa no âmbito de uma cerimónia oficial organizada pelo município.

Em contraste:

  • O Presidente do SL Benfica confrontou e dirigiu várias acusações contra o Presidente da FPF na tribuna do Jamor.

  • O Presidente do FC Porto acusou publicamente o Presidente do Sporting CP de “coagir árbitros”.

Resultado?

  • 2 processos disciplinares instaurados ao Presidente do Sporting CP.

  • 0 processos disciplinares contra os Presidentes do SL Benfica e do FC Porto.

5. Coerência

  • No caso Conrad Harder, o Conselho de Disciplina defendeu a teoria da “field of play” para validar a decisão da equipa de arbitragem.

  • No caso Matheus Reis, essa mesma teoria foi distorcida, afastando-se o entendimento anteriormente assumido pelo órgão relativamente à valoração das decisões do VAR para punir o jogador com uma suspensão de 4 jogos.

6. Rigor

  • No âmbito do processo disciplinar instaurado contra o jogador Matheus Reis – na sequência de uma participação disciplinar apresentada pelo SL Benfica e por César Boaventura com base num vídeo em que alegadamente profere determinadas declarações junto ao autocarro da equipa – o Conselho de Disciplina juntou aos autos os contratos referentes à contratação dos jogadores Matheus Reis, Viktor Gyökeres, Morten Hjulmand e Geovany Quenda, incluindo os respectivos contratos de transferência, contratos de trabalho e contratos de intermediação com agentes de futebol.

  • Não fosse a pronta intervenção da Sporting SAD no sentido de os documentos serem imediatamente desentranhados dos autos, o SL Benfica e César Boaventura teriam tido – presumindo que não tiveram – acesso a documentos confidenciais com segredos comerciais do Sporting CP e dados pessoais dos jogadores devido à decisão do Conselho de Disciplina da FPF de juntar aos autos elementos totalmente irrelevantes e desconexos com o objecto do processo disciplinar. Pergunta-se: a que propósito se expõem contratos confidenciais num processo disciplinar com base num vídeo?

Os factos e a sua disparidade falam por si.»

Sugestão de vídeo: