Os mais pesados (e famosos) castigos do futebol português
O bicampeonato e a dobradinha trouxeram castigos pesados para três jogadores do Sporting. Matheus Reis foi punido com cinco jogos de suspensão (4+1) pela agressão a Belotti e por declarações após o jogo; Geovany Quenda apanhou dois jogos de punição (1-1) pela ostentação e reutilização de uma tarja considerada ofensiva pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol; Zeno Debast foi castigado por um jogo por divulgação, nas redes sociais, da tarja utilizada por Quenda.
Aqui ficam alguns dos castigos mais pesados (e bem mediáticos) do futebol português:
Paulo Fonseca (Lyon, 2025) — Nove meses
O treinador português do Lyon foi suspenso por nove meses, até 30 de novembro de 2025, por intimidação ao árbitro Benoît Millot durante o jogo Lyon–Brest (2-1). Além de não poder orientar a equipa a partir do banco, está igualmente impedido de entrar no balneário antes, durante e após os jogos até 15 de setembro. O Comité Disciplinar da Liga Francesa foi contundente: «Fonseca é um educador. O seu comportamento — gritos, postura intimidatória e ameaçadora — é incompatível com os seus deveres». A imprensa francesa previa um castigo até sete meses, mas o organismo quis fazer do técnico luso um exemplo.
Nuno Santos (Sporting, 2024) — Oito jogos
Castigado com oito jogos por ter partido um vidro num camarote durante a Supertaça entre Sporting e FC Porto (3-4), ferindo dois adeptos com os estilhaços. Apesar de estar na bancada, o ala foi penalizado como agente desportivo. O artigo violado previa até 10 jogos de suspensão.
Gelson Martins (Mónaco, 2020) — Seis meses
Empurrou o árbitro Mikael Lesage após a expulsão de um colega no Mónaco–Nimes, da Taça de França. Gelson pediu desculpa, mas a Comissão Disciplinar foi implacável. O vice-presidente do Mónaco considerou a atitude «inaceitável» e «imperdoável».
Bruno de Carvalho (Sporting, 2017) e Carlos Pinho (Arouca, 2017) — Seis meses e 20 meses
A 6 de novembro de 2016, após o Sporting-Arouca (3-0) da jornada 10 da Liga, os presidentes dos dois clubes desentenderam-se na zona dos balneários do Estádio José Alvalade. O Arouca acusou o líders dos leões de ter cuspido na cara do homólogo arouquense, enquanto o Sporting negava a acusação, afirmando tratar-se de fumo do cigarro electrónico.
Dyego Sousa (Marítimo, 2016) — Nove meses (reduzidos para seis)
Suspenso por agredir um árbitro assistente num jogo particular entre o Marítimo e o Tondela. A pena foi confirmada pelo Conselho de Disciplina da FPF e depois reduzida. O Tribunal Arbitral do Desporto viria ainda a suspender a punição.
Fernando Santos (Grécia, 2014) — Oito jogos (reduzidos para quatro)
Expulso no final do prolongamento do Grécia–Costa Rica no Mundial 2014 por insultos ao árbitro australiano. Inicialmente suspenso por oito jogos, viu a pena reduzida pelo TAS, o que lhe permitiu estrear-se com Portugal em outubro de 2014.
Hulk e Sapunaru (FC Porto, 2009) — 23 jogos e seis meses (reduzidos)
O ‘caso do túnel’ da Luz valeu 23 jogos de suspensão a Hulk e seis meses a Sapunaru após confrontos com seguranças. O Conselho de Justiça reduziu os castigos para três e quatro jogos, respetivamente. Hulk já cumprira 17 jogos e Sapunaru oito.
Binya (Benfica, 2007) — Seis jogos
O jogador encarnado teve entrada considerada violenta sobre um jogador do Celtic, em jogo da Liga dos Campeões. A UEFA castigou-o com seis jogos.
Luiz Felipe Scolari (Portugal, 2007) — 4 jogos
A Comissão de Discplina da UEFA puniu o selecionador nacional, Luiz Felipe Scolari, em quatro jogos pela agressão ao jogador sérvio Dragutinovic.
Sérgio Conceição (Standard Liège, 2006) — Quatro meses
Cuspiu num adversário e atirou a camisola a um árbitro após expulsão numa meia-final da Taça da Bélgica frente ao Zulte-Waregem. A Federação Belga chegou a pedir três anos de suspensão.
João Pinto (Portugal, 2002) — Quatro meses
No Mundial 2002, foi expulso aos 27 minutos contra a Coreia do Sul e agrediu o árbitro Ángel Sánchez com um murro no estômago. Cumpriu quatro meses de suspensão e nesse verão trocou o Benfica pelo Sporting.
Euro 2000 — Abel Xavier (Portugal, nove meses), Paulo Bento (Portugal, seis meses), Nuno Gomes (Portugal, oito meses)
Na polémica meia-final contra a França, a reação à grande penalidade assinalada por mão de Abel Xavier valeu castigos pesados: nove meses para Xavier (reduzido para seis), oito jogos para Nuno Gomes e seis para Paulo Bento — ambos com penas reduzidas para um mês.
Paulinho Santos (FC Porto, 1998) — Três meses (castigo especial)
Agressão a João Pinto num FC Porto–Benfica na Antas. O castigo: só poderia voltar a jogar quando o jogador agredido recuperasse. Ambos foram expulsos.
Sá Pinto (Sporting, 1997) — Um ano
Agrediu o selecionador nacional Artur Jorge no Jamor por não ter sido convocado para a seleção. Um dos episódios mais mediáticos do futebol português.
Fernando Mendes (FC Porto, 1997) — Três meses
Agrediu um bombeiro num jogo contra o Estrela da Amadora. O castigo só foi aplicado um ano depois da infração.
Zé Beto (FC Porto, 1984) — Um ano
Mal o FC Porto-Juventus, da final da Taça das Taças de 1984, terminou, Zé Beto agrediu o fiscal de linha. A UEFA puniu-o com um ano de suspensão.
Ângelo (Benfica, 1959) — Um ano
A 15 de março de 1959, foi expulso pelo árbitro Reinado Silva aos 85’ devido a uma falta sobre Travassos. O defesa do Benfica sempre negou ter sido ele a cometer a infração.