Portugueses levam PSG à conquista da Supertaça Europeia

O PSG teve o jogo perdido, o Tottenham dominou-o quase todo, mas Luis Enriques foi ao banco buscar as soluções para recuperar de dois golos de desvantagem. Gonçalo Ramos foi herói e marcou o golo do empate já em período de compensação e o campeão europeu, com uma alma incrível, foi buscar o jogo. Foi buscar o título.

Os franceses entraram em campo com sinal evidente de que Luis Enrique abordou o jogo sem medo do risco. Se lhe faltava, por castigo, João Neves, que teve época com rendimento altíssimo, o treinador da formação parisiense optou por um futebolista com características mais ofensivas: Doué. Se perdia algo no equilíbrio da equipa, ganhava agressividade e competência no último terço.

O campeão europeu deixava desde logo claro que queria a bola para si, que seria equipa bem mais ofensiva do que um Tottenham que ganhou competência a defender com João Palhinha no centro do terreno e foi sempre a partir daí que procurou ferir o PSG em transições ofensivas.

O primeiro remate do jogo até foi de Pedro Porro, por cima, e nos primeiros minutos o Tottenham foi mais agressivo, ganhou a maioria dos duelos, mas com o passar do tempo lá chegou o PSG que tanto se esperava, a empurrar o adversário para junto da área e com o tridente atacante tão móvel que tornava as marcações muito complicadas de terem sucesso.

Mesmo assim, a primeira oportunidade pertenceu a Richarlison, que rematou forte para grande defesa de Chevalier. O jogo ia-se tornando complicado para o PSG, muito longe da equipa que foi durante parte da época passava, ainda muito presa de movimentos. 

Um dos segredos do Tottenham foi ter colocado a Kudus e Richarlison a impedirem a subida dos laterais (Hakimi na direita e Nuno Mendes na esquerda), mas foi num lance de bola parada que a formação inglesa ganhou vantagem. O remate de João Palhinha foi defendido por Chevailer para a trave, mas Van de Ven não falhou na recarga. 

O intervalo chegou com o Tottenham a justificar a vantagem, que só não foi mais dilatada porque num dos últimos lances do primeiro tempo o remate de Richarlison foi devolvido pelo poste da baliza de Chevalier. 

O PSG tinha muito para melhorar na segunda parte. Era preciso encontrar a fórmula para romper o espartilho que muito montado por Thomas Frank – como foi importante João Palhinha a equilibrar sempre a equipa, não deixando a formação francesa criar pelo centro. Mas o que estava mal, pior ficou em mais um lance de bola parada: Pedro Porro bateu para a área, Cristian Romero rematou de cabeça e com Chevalier muito mal batido, o PSG ficava com dois golos de desvantagem. Tudo parecia perdido para o campeão europeu...

Mas não estava. Para equilibrar a equipa, Luis Enrique tirou Kvaratskhelia e lançou Fabián Ruiz para deixar de perder a luta pelo domínio do meio-campo. Doué subiu um pouco no terreno, Vitinha passou a ter mais liberdade criativa. Aí sim, o campeão europeu mostrou mais futebol.

E foi o médio português a dar sinal de melhoria, com excelente passe para a área que Zaire-Emery não conseguiu aproveitar. Aos 66, Barcola até marcou, mas João Pinheiro anulou por fora de jogo. Nada corria bem, mas o PSG crescia. Ameaçava.

E cresceu mais ainda quando, aos 77 minutos, Gonçalo Ramos foi lançado por Luis Enrique para ser referência de área. E aos 85 minutos Kang-in Lee reduziu a desvantagem e fez o PSG acreditar na reviravolta. Deixar o campeão da Europa acreditar é demasiado perigoso...

Tão perigoso que em período de compensação Gonçalo Ramos voou para se transformar em herói. Marcou, levou o jogo para os penáltis e, apesar de falhanço de Vitinha, ganhou o PSG, com o último penálti a ser marcado por Nuno Mendes, numa reviravolta que fica para a história.