Selecionador responde às críticas do Benfica: «Assumo as responsabilidades»
A Seleção Nacional de hóquei em patins continua tranquilamente a preparação para o Europeu da modalidade, em Paredes, onde vai estrear-se dia 1 de setembro frente à Itália, a partir das 21h45.
Paulo Freitas, o selecionador nacional, responde com tranquilidade ao desafio e assume a convocatória que tanta celeuma causou.
«Acho que será uma fase de grupos espetacular, com dois jogos por dia fantásticos entre quatro candidatos. E muito provavelmente umas meias finais onde estes quatro candidatos se poderão voltar a defrontar. Portanto, temos de estar preparados para as exigências», assumiu o treinador.
«A França leva ao jogo uma dimensão física que normalmente nós não gostamos, e por isso temos de apresentar uma estratégia que nos permita fugir dessa dimensão física e levar o jogo para aquilo que são as nossas melhores qualidades e capacidades. A Itália tem vindo a ser trabalhada de forma muito boa por parte do Alex, com registo defensivo irrepreensível e jogadores de muita qualidade, desequilibradores no um contra um. Gente muito experiente que nos poderá vir a causar exigências naquilo que é o momento do jogo importante, as transições. E Espanha, se calhar um bocadinho com um hóquei diferente, mais completo, que nos colocará exigências de primeira linha. De entrelinhas. Mais próximo da baliza, com tiro exterior, com transição, com bola parada», radiografou o técnico português que, esta época, assumirá também o comando do FC Porto.
Com uma convocatória que surpreendeu muita gente e motivou mesmo um comunicado do Benfica, Paulo Freitas não se sente com menos margem de erro se algo correr mal.
«Nunca tive receio na minha vida. Assumo todas as responsabilidades, serei eu o primeiro responsável de qualquer insucesso que possa acontecer. Mas, acima de tudo, tenho a minha consciência tranquila relativamente às decisões que tomei. As decisões nunca são tomadas contra ninguém. Foram decisões a favor daquilo que eu entendo que poderia ser uma mudança de paradigma para nós podermos atacar a conquista do Europeu. E, portanto, respeito obviamente as decisões. A única coisa que agradeço é que haja elevação e educação no sentido dessa discussão», respondeu com um sorriso o técnico.
«Tive a oportunidade de dizer a estes rapazes, logo no primeiro dia, que este é o grupo no qual eu acredito e este é o grupo que vai ajudar a levar Portugal a conquistar novamente o título europeu», revelou. «Acredito, acima de tudo, nas coisas que consigo controlar. O meu trabalho eu consigo controlar. Consigo controlar até determinado ponto mesmo a mensagem que passo para estes rapazes. E espero, obviamente, que eles a interiorizem e que se eu estiver a caminhar contra a parede a única coisa que eu quero perceber é que eles estão todos atrás de mim a amparar-me e irmos contra a parede. Portanto, acredito no meu trabalho, tenho a plena consciência de que acho que foram as melhores opções. Repito: as decisões não são tomadas contra ninguém», insiste. «São a favor de alguma coisa. Se fosse mais fácil também não seria para nós», atira.
Questionado sobre se Portugal tem como única meta conquistar o Europeu, reage com precaução: «A Seleção Nacional é candidata, tal como a Espanha, que é tricampeã, tal como a França, tal como a Itália. Mas vamos com o claro objetivo de ser campeões de Europa. Tal como eu venho dizendo, assumirmo-nos como favoritos seria desrespeitoso».
Sobre o que não restam dúvidas é quanto à importância do apoio do público. «Vamos contar com o apoio de um pavilhão que não tenho dúvidas que vai estar completamente cheio a transmitir uma energia muito positiva, uma energia que nos vai dar também muita energia dentro de pista. Queremos criar essa dinâmica com o público, que eles percebam também os momentos em que vamos precisar muito deles. E, da nossa parte vão ter a certeza absoluta que vamos deixar tudo em pista para podermos ter um momento de grande felicidade no dia 6 de setembro com a conquista do título, sendo que nós, desde o primeiro dia que começámos a trabalhar, somos felizes todos os dias. Não estamos à espera de títulos para ser felizes. Nós temos de ser felizes porque assim as coisas funcionam muito melhor e depois será um momento maior de felicidade» defende.
«Não estamos à espera de títulos para ser felizes. Temos de ser felizes todos os dias», insiste.
O atual técnico, antigo guarda-redes, não tem dúvida de que foi uma posição que o ajudou a moldar a ideia que tem do jogo. «Construir de trás para a frente é fundamental. E há muitos treinadores guarda-redes, não é por acaso. Tenho uma visão, se calhar, do jogo muito diferente. Uma equipa que defende bem é meio caminho andado para atingir objetivos. O processo defensivo é importante e ninguém está dissociado do processo defensivo», avisou.
No Grupo A estão as equipas de Portugal, Espanha, França e Itália, enquanto no Grupo B se apresentam Suíça, Alemanha, Andorra e Áustria.
Nas 55 edições já disputadas, esta é a terceira vez que o evento se disputa em Paredes, depois de 2012 e 2021 e a Seleção Nacional de hóquei em patins corre atrás do 22.º título, num ranking de vencedores que ainda lidera, apesar da aproximação da Espanha.
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