Sporting: Quenda e Maxi não gostavam mas estão convencidos

Em meia época tudo mudou. Treinador, sistema, jogadores e posições. São gritantes as diferenças entre o duelo em Vila do Conde, primeiro da segunda volta da Liga, e o jogo de Alvalade que abriu o campeonato. Saiu Ruben Amorim, entrou Rui Borges, mudou-se um sistema com quatro anos e meio de consolidação e o novo técnico, imune a pressões, após conversas individuais com cada jogador, atribuiu novas funções a todos eles. Algumas surpreendentes.

Uma das que mais se transfigurou foi a ala esquerda que, recorde-se, esteve em grande plano na vitória por 3-0 em Vila do Conde. Com Maxi Araújo a lateral-esquerdo e Quenda como extremo. O primeiro, uruguaio contratado no início da época para ser ala e a poder fazer concorrência a Pedro Gonçalves, o segundo, com apenas 18 anos, a explodir esta época como ala direito no 3x4x3 de Amorim. Na jornada inaugural da Liga, por exemplo, em Alvalade com os vila-condenses, foram Gonçalo Inácio, Geny Catamo e Pedro Gonçalves a compor a ala esquerda...

Tudo mudou e por esta altura Maxi Araújo e Quenda são dois... indiscutíveis. Que foram convencidos pelo treinador nas novas posições. De resto, sabe A BOLA, ambos desconfiaram destas funções. Maxi Araújo torceu o nariz com a descida no terreno — ele que foi contratado para um sistema de 3x4x3 para jogar na linha intermédia ou ofensiva — mas, fruto da necessidade (lesões de Matheus Reis e Nuno Santos) foi obrigado a ser solução como lateral esquerdo numa linha defensiva de 4. E o internacional uruguaio não só tem cumprido como se tem evidenciado, pelo ritmo que impõe, rigor defensivo e profundidade no corredor. Uma experiência de sucesso e Rui Borges ganhou um... lateral. Maxi é um nome que oferece garantias e o leão, mesmo face à escassez de opções, não equaciona ir ao mercado para reforçar essa posição.

O mesmo acontece com Quenda, que se afirmou com Ruben Amorim, de forma meteórica, mas na ala direita na linha intermédia do 3x4x3 do antigo técnico. Com a chegada de Rui Borges, porém, o jovem formado em Alcochete subiu no terreno e tem sido solução como extremo esquerdo, onde está cada vez mais confortável e rotinado com Maxi Araújo. O ala, sabe A BOLA, está a gostar da experiência sobretudo pelo facto de poder também ocupar zonas centrais que lhe permite ter maior espaço para a criação. Uma experiência que também veio para... ficar. E crescer nesta nova ideia do técnico.