Benfica-Arouca, 5-0 «Se eu sou o problema, eu saio»: tudo o que disse Roger Schmidt

NACIONAL12.05.202420:45

Treinador visivelmente desgastado com as constantes críticas de parte dos adeptos; falou ainda do futuro de Di María, que diz estar «em aberto»

Roger Schmidt deu uma conferência de imprensa curta após a vitória do Benfica por 5-0 sobre o Arouca. O treinador das águias elogiou o jogo da equipa, felicitou Rafa, falou do futuro de Di María e também do seu futuro ao leme do clube encarnado.

— Qual é a sua opinião sobre o jogo? Dia especial para Rafa.

 — Penso que fizemos um muito bom jogo, o último em casa e queríamos mostrar aos adeptos bom futebol, queríamos ganhar e os jogadores estiveram muito bem. Criámos muitas chances desde o primeiro minuto. Marcámos cinco, podíamos ter marcado mais, mas jogámos bom futebol, foi uma boa prestação da equipa. Estou contente por termos jogado bem para os nossos adeptos no último jogo. Foi um jogo especial por ser o último da época na Luz e o último de Rafa na Luz pelo Benfica. Apreciei muito trabalhar com ele, grande qualidade, um dos melhores jogadores que tive nas minhas equipas e uma grande pessoa. Muito honesto e direto, com muita paixão pelo futebol e pelo clube. Na verdade, quando cheguei ao Benfica ele já não tinha a certeza se ia ficar e acabou por decidir ficar duas vezes e continuar no Benfica. Estou muito contente por ter sido treinador dele e para ele foi muito importante jogar bem hoje, marcou dois golos, fez uma assistência, mostrou a sua qualidade e estou muito feliz com a performance.

— Os adeptos pediram, a equipa também, mas Rafa decidiu não bater o penálti por duas vezes. Como viu esse momento? Além de Rafa, foi o último jogo de Di María na Luz?

— É o Rafa [risos], é uma pessoa especial, não quer marcar penáltis. É muito bom a marcá-los, para ser honesto, nos treinos marca muito facilmente, mas não quer bater nos jogos, especialmente no último jogo dele, queria marcar de uma forma ‘normal’ e não com penáltis. É muito típico dele e descreve-o muito bem. Quanto a Di María, ainda há esperança que fique, acho que ainda não tomou a sua decisão, elogio muito Rafa, mas Di María é o mesmo. Tem uma grande carreira, mas ainda está em grande forma. Fez uma grande época, com muitos golos e assistências e responsabilidades no nosso jogo. Queria ficar pelo menos uma época e depois acabar a carreira na Argentina, mas penso que neste momento está tudo em aberto e, como seu treinador, seria ótimo trabalhar mais uma época com ele, porque ele ainda está num nível de topo. Veremos o que acontece.

— Alguns adeptos contestam-no durante os jogos, e outros defendem-no, há um claro conflito de interesses. Como vê o seu futuro no Benfica e sucesso da equipa na próxima temporada tendo estes fatores em conta?

— Como disse, acho que estas pessoas têm muita atenção, especialmente de vocês. Uma coisa é clara, nestas circunstâncias não conseguimos ser campeões, é impossível. Se a solução for eu ter de sair, temos de falar sobre isso. Na minha opinião, a forma como os adeptos reagiram hoje foi muito boa, mas não podemos continuar desta forma. Os jogadores foram fantásticos, jogaram bem e estavam focados, mas para mudar algo, para o estádio estar todo do nosso lado, é preciso mudar algo. Se a solução for eu sair, falaremos disso. Mas, por agora, acho que tiveram demasiada atenção e queremos focar-nos nos outros adeptos benfiquistas, nas mães, pais, filhos avós, não nestas pessoas. Hoje mostraram apoio de uma boa forma. Como podemos trazer todos para o nosso lado? Teremos de ver.