Roberto Carlos 'assinou' por 100 dólares: «Chamei um empregado...»

Paolo Taveggia conta como contratou o antigo internacional brasileiro para o Inter

Paolo Taveggia, antigo diretor geral de Milan e Inter, contou, em entrevista ao Corriere dello Sport, os detalhes por detrás de duas transferências espetaculares de jogadores sul-americanos que fizeram história nos nerazzurri.

Depois de ter sido braço direito do presidente nos rossoneri, liderados por Silvio Berlusconi e Adriano Galliani, o italiano de 72 anos mudou-se para o rival da capital da Lombardia, onde ajudou Massimo Moratti a trazer estrelas que deixariam grandes memórias: golos, troféus e recordes.

Roberto Carlos com a camisola do Inter (IMAGO)

Taveggia contou como conseguiu resolver a transferência de Roberto Carlos: «Basicamente, entrei em cena quando o contrato com o Palmeiras estava fechado, porque os clubes já tinham chegado a acordo sobre os termos da transação.»

«Moratti deu-me um avião e mandou-me para o Uruguai para resolver a situação»

«Tudo o que faltava era a assinatura do jogador. Moratti enviou-me para São Paulo, cheguei lá e disseram-me que Roberto Carlos estava em Punta del Este com a seleção para a Copa América», prosseguiu, acrescentando que «não podia ir de carro».

«Liguei ao presidente. Arranjou-me um jato privado e pronto, voei para o Uruguai. Deixei toda a gente boquiaberta. Misturei-me com os adeptos e vi o Roberto Carlos a sair e a debruçar-se na janela do quarto. Fiz-lhe um sinal com a mão no meio da multidão, dei 100 dólares [cerca de 87 euros] a um empregado de mesa que lhe levou o contrato. Ele pegou, assinou logo ali e o empregado trouxe-mo de volta», atirou.

Roberto Carlos saiu para o Real Madrid após uma época

Roberto Carlos chegou ao futebol italiano em agosto de 1995, por 3,5 milhões de euros. Tinha 22 anos e ficou no Inter apenas uma época, na qual fez 34 jogos, 7 golos e 3 assistências, mas não ganhou nenhum troféu.

O Inter foi para o Real Madrid e o lateral-esquerdo, com 127 internacionalizações e 11 golos pelo Brasil, jogou 11 épocas no Santiago Bernabéu.

Uma história igualmente agitada esteve por detrás da aquisição de outro sul-americano: Javier Zanetti, que chegou no mesmo verão que o foguete brasileiro.

«Zanetti veio pela minha amizade com o presidente da federação»

«Sem mim, Zanetti nunca teria chegado ao Inter. Julio Grondona, o então presidente da federação argentina, ajudou-me a conseguir o Zanetti por 4,5 milhões de dólares [cerca de 4 milhões de euros]», contou Paolo Taveggia.

Apelidado de Trator, Javier jogou 19 anos no Inter, onde ganhou tudo o que havia para ganhar e tornou-se o jogador com mais jogos na história do clube (858). Não saiu dos nerazzurri, sendo agora vice-presidente.

Taveggia revelou como esteve perto de trazer Gabriel Batistuta no seu auge, mas o antigo dono do clube deitou tudo a perder: «Combinei com o Batistuta trazê-lo para o Inter. Em acordo com o seu agente, Settimio Aloisio, tínhamo-lo roubado à Fiorentina, mas Moratti ouviu os seus amigos dirigentes e a transferência caiu por terra.»