José Mourinho com água Castello, sff!
José Mourinho é o melhor treinador português de todos os tempos e, daqui a 50 anos, quando alguém fizer a história do futebol português desde 1921, data do primeiro jogo oficial da Seleção Nacional, lá estará o nome do setubalense. Ao lado de Eusébio, Figo e Ronaldo. E Éder, claro. E Fernando Santos, obviamente. Sou fã de José Mourinho. Aliás, fanzaço, se é que esta palavra existe. Se me pedissem para escolher um entrevistado que já tivesse entrevistado, a resposta era óbvia: José Mário dos Santos Mourinho Félix. Onde e quando ele quisesse. Porquê? Simples. Bastava preparar as perguntas, já que as respostas, como sempre, seriam inesquecíveis.
O problema, para mim, não é José Mourinho. Tal como não é Ruben Amorim. Ou Cristiano Ronaldo. Ou Jorge Jesus. O problema é que, pessoalmente, sempre que leio um texto sobre José Mourinho, lembro-me do famoso anúncio de Herman José: «Whisky com água Castello. Sangria com água Castello. Vermut com água Castello. Tudo com água Castello. Água Castello com tudo». Tudo em Mourinho é escrutinado ao mais ínfimo pormenor. O que diz, o que não diz; o que faz, o que não faz; se sorri, se não sorri; se resmunga, se não resmunga; se critica os jogadores, se não os critica. Deve ser chato, por vezes, ser Mourinho. É Mourinho por todo o lado. Até com água Castello. Ou sem ela. Até eu, como se fosse um íman, estou a escrever sobre José Mourinho. Mas tenho uma razão. Este Benfica, o Benfica do Sporting, do Nápoles e do Moreirense, está diferente. Muito diferente do Benfica do Casa Pia e do Atlético. Se ainda vai a tempo de ultrapassar os dois de cima, isso já é outra história.
Viremos o ângulo e falemos de um dos homens mais azarados do último ano: Vasco Sousa. A 16 de fevereiro de 2025 num Farense-FC Porto, partiu o perónio. Foi operado, recuperou e regressou em setembro. Levava oito jogos no Moreirense e parecia a crescer. Agora, frente ao Benfica, nova fratura do perónio. Será operado, recuperará e regressará. Não se sabe ainda se a tempo de voltar a jogar esta época. Se isto não é ser o rei do azar, não sei o que será. Vasco tem 22 anos e mais de uma década de profissional pela frente. Além disso, parece ter mente de aço. Nuno Santos e Daniel Bragança são da mesma estirpe, caro Vasco. Lesionaram-se com gravidade, foram operados, recuperaram, regressaram e, mais tarde, voltaram a lesionar-se com gravidade semelhante. Mas estão aí, prontinhos para voltar. É neles que Vasco Sousa tem de colocar os olhos. Cair e levantar, sempre. Cair e recuperar, sempre. Cair e voltar, sempre. Chorar e voltar, sempre. Contra tudo e contra todos, sempre, como disse agora Francesco Farioli. E, pelo que se leu no site do Moreirense, onde vai um vão todos, sempre, como disse, há uns anos, Ruben Amorim. Outro que, mesmo em Inglaterra, continua a ser servido com água Castello. Amorim with castel water, presumo.