Quem não marca sofre
Francisco Conceição mostrou-se irreverente (Foto IMAGO)
Foto: IMAGO

O MISTER DE A BOLA Quem não marca sofre

NACIONAL26.02.202416:09

João Prates analisa o empate do FC Porto diante do Gil Vicente

1.Contexto positivo para ambas as equipas
O FC Porto com a motivação em alta após a excelente vitória frente ao Arsenal para a Liga dos Campeões perante um Gil Vicente também ele galvanizado depois do triunfo diante do Estoril. No contexto interno, apenas a conquista dos três pontos interessava ao FC Porto para não perder o título de vista. Por sua, vez o Gil Vicente, a meio da tabela, iria procurar pontos para garantir a tranquilidade.

2. As estratégias
O FC Porto entrou como lhe competia, à procura da vitória, no seu sistema habitual, mas com ritmo lento, onde o lado direito surgiu mais dinâmico, através de Francisco Conceição e Pepê, que ora pisava zonas centrais, procurando aparecer nos espaços vazios, ora trocava com Francisco Conceição, que, a espaços, imprimia velocidade e tentava romper linhas em drible. No lado oposto, Iván Jaime quase não apareceu, procurou zonas interiores, mas não esteve feliz. Varela e Eustáquio, sempre lado a lado e longe das zonas de finalização, não ajudaram o FC Porto ofensivamente. O Gil Vicente mostrou-se num dinâmico 4x3x3 ofensivo, defensivamente num 4x4x2, e sentiu-se confortável defensivamente perante a falta de velocidade do FC Porto. Mas há que reconhecer o mérito da equipa de Barcelos que sempre que tinha bola, liderada por Tiba e Neto, procurava criar perigo através das incursões de Murilo e Touré.

3.Mudança de 'chip'

O FC Porto precisava de ganhar e a atitude mudou. Entrou muito forte na segunda parte para fazer o golo cedo. Passou a jogar mais rápido, com maior largura, a procurar a profundidade e quando perdia a bola ‘asfixiava’ a turma gilista, numa pressão forte que impedia o adversário de imprimir as transições defesa- ataque, que demonstrou na primeira parte, permitindo-lhe ter bola e procurar a baliza do FC Porto. E foi assim que surgiu o penálti, concretizado à segunda, que deu a vantagem ao dragão.

4. A reação de Vítor Campelos
O 0-1 é sempre um resultado que deixa a discussão do jogo em aberto e Campelos procurou ser feliz, destapou um pouco a manta, o que até poderia ter permitido ao FC Porto ter chegado ao 0-2 várias vezes, principalmente pelos irrequietos Pepê e Francisco Conceição, mas com as entradas de Alipour, Fujimoto e, especialmente, Dominguez, partiu o jogo e meteu o FC Porto em sentido, acreditando que, com um pouco de sorte à mistura, podia chegar ao golo. E como tantas vezes se vê no futebol, e é também por isso que ele nos apaixona, quem não marca, sofre. E foi o que aconteceu no findar do jogo. O FC Porto construiu oportunidades para marcar e fechar o jogo, mas quando foi preciso meter a armadura e não permitir nada ao adversário, acabou por demonstrar passividade no lance do golo do empate, primeiro ao conceder espaço para o cruzamento e depois ficando Diogo Costa e Wendel mal na fotografia, ao deixarem o recém entrado Luciano festejar o golo.

5. Destaques
A irreverência de Francisco Conceição e Pepê do lado do FC Porto e Dominguez pelos pingos de qualidade que trouxe ao jogo do Gil Vicente. Referência também a e Campelos pela forma como mexeu na equipa para poder chegar ao golo, mesmo que tenha tido a tal pontinha de sorte que também é necessária.

6.Conclusão
O FC Porto desperdiçou a primeira parte, ficou a 9 pontos do Benfica e a 7 do Sporting, que tem menos um jogo..O Gil Vicente somou um precioso ponto para continuar tranquilo no meio da tabela.