Lamine Yamal passando por três jogadores do Inter no jogo da primeira mão das meias-finais (Foto: IMAGO)
Lamine Yamal é a grande figura do Barcelona

Melhor Inter só aquele que ganhou ao Benfica? Depende de Lamine

Foi há quase 60 anos que os 'nerazzurri' chegaram pela última vez a duas finais da Champions em três anos. Melhor defesa da prova contra melhor ataque, dois goleadores em fases distintas do ponto de vista clínico e um menino genial acima de todos os outros

É por causa de jogos destes que o mundo pára: depois do espetacular 3-3 em Montjuic, Inter e Barcelona disputam hoje, no Giuseppe Meazza, a segunda mão das meias-finais da UEFA Champions League com a promessa de novo equilíbrio assente em dois estilos de jogo opostos, mas eficazes cada um à sua medida.

De um lado uma equipa que à entrada das meias-finais apresentava a melhor defesa, mas que mesmo depois dos três golos sofridos continua a ter números invejáveis: oito golos sofridos contra os 20 do Barça (quase um terço dos espanhóis) e 22 golos marcados, quase metade do total do Barcelona (40 golos).

Acreditam por isso os nerazzurri de que jogando em casa e graças a esse maior equilíbrio tático conseguirão eliminar o líder de La Liga e atingir um feito que não acontece há quase 60 anos: atingir duas finais da Champions em três anos (depois da decisão perdida para o Man. City em 2023, em Istambul). A última vez que tal ocorreu foi na década de 60, quando o Inter defrontou o Benfica em 1965 (1-0) e o Celtic em 1967, no Estádio Nacional (1-2).

Lautaro em dúvida

Mas os italianos correm o risco de não se apresentarem na máxima força. Porque Lautaro Martínez continua em dúvida devido a uma lesão muscular. Melhor marcador da equipa na temporada (21 golos) e na prova (8 golos), capitão e um daqueles avançados colaborativos que ajudam a defender e não precisam de muita posse de bola para ativar as redes adversárias (o Inter tem apenas 48,5 por cento em média de posse de bola), o argentino deixa o treinador, Simone Inzaghi, a pensar sobre o tema.

«Sobre Lautaro e Pavard, vamos decidir com o staff e com os jogadores. Mas um jogador que não pode ser titular é improvável que salte do banco para os últimos vinte minutos. Amanhã [hoje] vou decidir, sempre tendo em conta o melhor para o Inter», afirmou o técnico, em conferência de imprensa.

Lewandowski no banco

Do outro lado, o goleador também não será titular. Mas o facto de já estar no banco é uma notícia muito mais positiva para os blaugrana porque isto significa que do ponto de vista clínico já está tudo bem com Lewandowski, ausente no jogo de Montjuic. «Está a recuperar mais rápido do que o esperado. Está pronto para estar no banco e quando precisarmos dele, vai entrar», informou o treinador do Barça, Hansi Flick.

Outro dos temas abordados pelo técnico germânico foi a inexperiência da sua equipa (apesar de o seu melhor marcador, com 42 golos em 54 jogos), apresentar 36 anos no Bilhete de Identidade.

«Ganhámos dois títulos [Supertaça e Taça do Rei] e as próximas duas semanas vão ser muito importantes», insistiu Flick, com a calma que o caracteriza, ele que procura vencer a sua segunda Champions, cinco anos depois da vitória em Lisboa pelo Bayern, diante do PSG. Do ponto de vista coletivo, será um evento histórico: há exatamente 10 anos que o Barcelona atingiu a final da Champions pela última vez - em Berlim, com triunfo por 3-1 diante da Juventus, era Luis Enrique o treinador, que pode vir a ser agora adversário em Munique pelo PSG.

«Tudo o que ele faz é incrível»

Espera-se por isso um grande duelo estratégico e tático, mas há um elemento que possui um magnetismo superior a todos os outros. «Lamine Yamal é muito difícil de conter, temos de tentar não deixar que a bola lhe chegue, mas é impossível. Vamos colocar dois jogadores em cima dele, mas ele é muito perigoso, com uma rapidez extraordinária de raciocínio», destacou Simone Inzaghi.

Feliz aquele que pode contar com o prodígio espanhol, campeão da Europa em 2024. «Lamine é um génio, tudo o que ele faz é incrível. Pressiona bem, apenas com 17 anos ajudou-nos a recuperar na primeira mão», afirmou Hansi Flick, apesar de exigir ao extremo o mesmo que exige aos outros: «O importante é a equipa.» E será como equipa que os catalães vão tentar impedir golos de bola parada - duas formas distintas de atacar, hoje, no Meazza.

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