João Veloso controla a bola perante o internacional brasileiro Fred (Foto Miguel Nunes)

Luz estava em Richard mas foi João Veloso a encher Ríos de fé (os destaques do Benfica)

Colombiano demonstrou ser um jogador muito rotativo mas ainda não encheu o campo. Miúdo saído da B impressionou e Henrique Araújo fez prova de vida

TRUBIN — O Fenerbahçe não atacou por aí além na primeira parte, quando o ucraniano esteve campo, mas ainda assim o keeper foi chamado a intervir aos 13' quando En-Nesyri lhe apareceu pela frente praticamente isolado e correspondeu a preceito. No primeiro golo dos turcos, nada poderia fazer, uma vez que o remate saiu muito chegado ao seu poste esquerdo.

João Veloso
Tem apenas 20 anos, na época passada apenas fez dois jogos pelos principais, foi a surpresa da Eusébio Cup e deu azo à fé benfiquista, uma vez que foi ele, saído da B, que, enquanto esteve em campo, demonstrou saber (quase) tudo do jogo, ter sentido posicional e capacidade de passe acima da média, como naquela trivela perfeita logo aos sete minutos para Akturkoglu, que acabou por desperdiçar na cara do guarda-redes. Mas, aí, a culpa não é dele. O seu trabalho foi feito. E bem feito.

ANTÓNIO SILVA — Desde a época transata que anda a navegar em mares revoltos e ainda não foi diante do Fenerbahçe que nadou em direção à acalmia. Ficou por dar essa braçada. Como ficou por dar aquele passo em direção a Kahveci que seria decisivo para encurtar o espaço e não permitir um tão grande à-vontade na hora do remate que redundou no primeiro golo turco.

OTAMENDI — Tem alma é verdade, aos 37 anos parece um miúdo a saltar às bolas na área contrária, mas no segundo golo dos homens de Istambul deu um passo para a frente na tentativa de deixar En-Nesyri fora de jogo, mas acabou por dar ainda mais espaço para o marroquino correr desenfreado rumo ao segundo golo da equipa de José Mourinho.

Dedic
Muito ofensivo pela faixa direita, mostrando que tem características de lateral de equipa grande. Com passada larga, ganha muitos metros logo no arranque. Na componente defensiva, não foi possível ver grande coisa, pois o Fenerbahçe foi muito comedido nas ações pela sua faixa na primeira parte. Mas deu bons indicadores para numa equipa que, na época passada, após a lesão do dinamarquês Alexander Bah, não teve muita profundidade pela ala destra.

DAHL — Um bloco de notas em branco nunca é bom sinal na apreciação de um jogador e foi isso que aconteceu com o sueco. Não foi exuberante a defender e a atacar cumpriu. Apenas e só.

Barrenechea
Tem um sentido posicional apurado e isso foi notório, servindo de pivô defensivo no meio-campo e a mostrar que sabe rodar bem o sentido de jogo, pois é dono de boa técnica individual. Não tem muita chegada à área contrária, mas com dois companheiros de setor tão ousados na componente atacante — João Veloso e Richard Ríos — convinha alguém mais comedido para segurar as pontas quando os turcos se balançassem no ataque. Foi o que fez. E bem.

AURSNES— Meio-extremo, meio-médio, ficou de novo a sensação de que o norueguês é um jogador de corpo inteiro mas para render num patamar elevado tem de jogar no meio.

PAVLIDIS — O grego continua sem uma sombra ameaçadora e pelo visto não precisa para continuar num nível alto em termos exibicionais. Fez um passe perfeito para Akturkoglu no primeiro golo e no segundo esteve lá, a abrir na faixa direita para levar materializar o perigo.

Richard Ríos
Na condição de reforço mais caro de sempre do Benfica, naturalmente os holofotes incidiam sobre si, mas o colombiano apenas deixou bons indícios e não encheu o campo como muitos esperavam. embora tenha demonstrado rotatividade ou não viesse dele de competição pelo Palmeiras. Porém, ainda participou ativamente no segundo golo. Tem muita plasticidade tática, tanto abrindo mais à direita como fechando em zonas interiores.

AKTURKOGLU — O Harry Potter voltou a agitar a varinha mágica em mais um golo e na fase inicial da segunda parte, quando a equipa parecia estar num sono lento e profundo foi ele a acordá-la com remates bem medidos a agitar as águas.

SAMUEL SOARES — A frio, uma bola do poste, já quente sem hipótese no segundo golo turco.

LEANDRO SANTOS— Muito enérgico na ala direita, mostrou-se disponível com algumas arrancadas.

LEANDRO BARREIRO — Parece demasiado curto para equipa grande.

BRUMA— O prémio de azarado da noite foi para ele: não entrou bem e ainda saiu lesionado...

HENRIQUE ARAÚJO — Voltou de empréstimo ao Arouca e fez prova de vida com mais um golo pleno de oportunidade. Pedir mais a um ponta-de-lança é complicado.

SCHJELDERUP— Muito buliçoso, sempre à procura de espaços, mas sem as melhores decisões.

OBRADOR — Mostrou-se algo preso de movimentos.

PRESTIANNI — Passes curtos com pouca progressão a meio-campo.

DIOGO PRIOSTE — Um belíssimo corte aos 70 e a prenda de ter acabado com a braçadeira de capitão.

TIAGO GOUVEIA— Pouco tempo em campo para mostrar algo de concreto.

JOSHUA WINDER— Ficou perto de participar num golo.

GONÇALO OLIVEIRA— Um poço de força, com físico de super-héroi.

RAFAEL LUÍS— A tempo de estar na festa.

JOÃO REGO — Duas corridas e... banho.

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