Fluminense foi 'Fluzão' e surpreendeu um Inter irreconhecível
Inter e Fluminense entraram em campo nos oitavos de final do Mundial de Clubes com um objetivo comum no horizonte: a passagem aos quartos. À entrada para este jogo, os italianos eram apontados como os claros favoritos à vitória final, mas a formação carioca tinha outras ideias...
Com apenas três minutos, uma sucessão de erros da defesa nerazzurra culminou com a surpresa. Primeiro, foi De Vrij a falhar o corte. Depois, foi Bastoni que permitiu o cruzamento de Arias. Finalmente, Darmian foi muito passivo e limitou-se a ver a bola chegar a um isolado Germán Cano, que cabeceou para o fundo das redes.
Em desvantagem, o Inter subiu as linhas e pressionou em busca do golo... que esteve perto. Valeu a atenção de Fábio a parar o remate de Dimarco (11’), que foi sempre o mais inconformado da turma milanesa. Barella era o maestro do meio-campo italiano e o que mais tentava quebrar a muralha defensiva tricolor, sempre muito competente ao longo da primeira parte.
Os milaneses tinham mais bola, mas quem voltou a estar mais perto do golo foram os cariocas. De fora de área, Arias – o elemento mais perigoso dos brasileiros - testou os reflexos de Sommer e, na recarga, a tentativa de Samuel Xavier passou a rasar o ferro (30’).
Irreconhecível, o Inter não conseguiu reagir e o Fluminense foi subindo de rendimento... até chegar novamente ao golo. Para sorte dos nerazzurri, Ignácio estava em fora de jogo e o tento não contou (40’).
Faltava fluidez e alguma assertividade ao ataque italiano, que criava pouco ou nenhum perigo, claramente a pedir mais do capitão Lautaro Martínez, completamente desaparecido do primeiro tempo.
Na segunda parte, pouco ou nada mudou. O Inter continuava com dificuldades no ataque - Lautaro continuava a passar ao lado do jogo e Thuram seguiu o exemplo. Quanto ao Fluminense, continuava seguro na defesa – com um grande Thiago Silva a comandar – e a apostar no contra-ataque, sempre com Arias em evidência.
De resto, foi dos pés do colombiano que o Flu voltou a estar perto do golo. Mais uma vez, Sommer mostrou o porquê de ser um dos grandes guarda-redes da atualidade e negou o segundo aos brasileiros (62’).
Mas o Inter voltou a mostrar sinais de vida e também ameaçou. De Vrij, à boca da baliza, falhou escandalosamente o golo e deixou os adeptos nerazzurri com as mãos na cabeça (69’).
À medida que o apito final se aproximava, os italianos começaram a apostar mais em cruzamentos bombeados para a área carioca, já no desespero. E foi aí que (finalmente) apareceu Lautaro. Por três vezes o capitão do Inter esteve muito perto do golo. Nas primeiras duas, Fábio mostrou toda a sua qualidade, com grandes intervenções (80’ e 82’). Na terceira, a tentativa do argentino esbarrou em cheio no poste (83’).
Na reta final, o Inter carregou e o Fluminense... marcou. Hércules foi sem oposição até à entrada da área, onde rematou rasteiro e colocado, sem hipóteses para Sommer (90+4’), e confirmou a qualificação para os quartos de final, para o delírio dos milhares de adeptos tricolores em Charlotte.