Defesa do casal Madureira: «Só insultos e ameaças devem ser considerados»
Miguel Marques de Oliveira, advogado de Fernando Madureira, afirmou nas alegações finais do julgamento da Operação Pretoriano que é falso existir um plano traçado pelo casal Madureira para agitar a Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023. O causídico destacou que o processo é mediático, mas que o tribunal deve basear-se apenas nas provas apresentadas, libertando-se de preconceitos.
Referiu que os factos julgados não se enquadram num fenómeno desportivo, tratando-se de uma Assembleia Geral de direito privado, comparável a divergências noutros contextos, como partidos políticos ou associações. «Os insultos, as concretas ameaças, a terem acontecido, são os únicos factos que devem ser considerados. Os arguidos vêm acusados em coautoria de mais de 30 crimes, mas os factos aqui julgados não podem ser enquadrados em fenómeno desportivo. Isto foi uma Assembleia Geral de direito privado», defendeu.
O advogado sublinhou que não há provas que condenem os arguidos e que o Ministério Público baseia a acusação num plano que nunca conseguiu comprovar, nem justificar o seu móbil: «O Ministério Público tem como base de sustentação um plano estipulado pelos Madureira, mas também pelo próprio FC Porto. Ora, qualquer plano tem de ter um móbil, coisa que o MP nunca conseguiu provar.» «Henrique Ramos assumiu em tribunal que foi Madureira quem tentou apaziguar os ânimos no seu caso [tentativa de agressão]. Não houve qualquer arregimentação para termos ilícitos. Qual é o problema de um presidente de uma associação querer que todos os sócios estejam presentes na reunião de um clube? Não podemos extrair que este apelo foi para fins ilícitos», insistiu Miguel Marques de Oliveira, que foi mais longe e disse que Fernando Madureira era alvo a abater: «Transformaram Fernando Madureira num alvo a abater. Espero que nunca tenham um familiar envolvido nestas circunstâncias, porque a verdade nunca interessou.»