Kaique e o segredo nos penáltis: «Algumas coisinhas e leitura dos batedores»
Kaique recusa o estatuto de herói no jogo com o Tondela, em que defendeu duas grandes penalidades, e revelou como se prepara para esses momentos decisivos. «Tenho algumas coisinhas, mas que eu tenho de guardar comigo. Mas é mais estar focado e graças a Deus venho a conseguir fazer uma boa leitura do batedor. Também estudamos antes, há um trabalho por trás do nosso treinador de guarda-redes, o Madeira, de mandar os vídeos, as análises que ele tem dos batedores e depois é criar uma leitura de como ele vai para a bola», afirmou sobre a tática para os defender.
O guardião detalhou como encarou Pedro Maranhão na primeira grande penalidade ainda na 1.ª parte e com o resultado em branco e Jordan Pefok nos descontos da segunda, quando estava 1-1: «Tinha uma certa ideia para onde eles iriam bater. No primeiro penálti preferi esperar até pela circunstância do jogo, reagi, e deu tudo certo. No segundo, que na minha análise bateria possivelmente para o meio, pela leitura do jogo se ser no final e que poderia resolver o resultado para eles, a minha leitura e análise dizia-me que ele iria fechar o olho bater cruzado e fui feliz.»
Kaique não se sente um herói por ter defendido as duas grandes penalidades, decisivas para o triunfo do Nacional, que ficou reduzido a 10 pela expulsão de Deivison, ainda na primeira parte. «Não. Fiz o meu trabalho e graças a Deus foi feliz e pude ajudar a equipa e defendendo os penáltis em momentos decisivos do jogo. E no final, com a dedicação de todos com um menos, todos tiveram a sua parte de heroísmo», afirmou.
«A vitória foi muito importante para o nosso grupo, temos feito por merecer somar pontos, mas infelizmente não estávamos a conseguir . esta vitória dá um ânimo maior para o trabalho e dedicação de todos os dias, o grupo está de parabéns e veio no momento certo para podermos dar continuidade e alcançar os objetivos da equipa», sublinhou.
Emprestado pelo Palmeiras, Kaique quer apenas viver o presente. «O futuro ainda está muito distante e vou aproveitar enquanto estou aqui, em que estou a jogar, a fazer o que eu amo e a ser abraçado pelos adeptos e pela equipa técnica e jogadores. O foco é aqui, agora, e o futuro a Deus pertence», disse, enaltecendo ainda Lucas França, importante na sua adaptação ao clube madeirense: «Ajudou-me muito quando eu cheguei aqui. É um guarda-redes experiente, que já tem bastantes jogos na Liga pelo Nacional, conhece o clube e os adeptos e fez a diferença para eu me poder adaptar e ajudar a equipa.»
O guarda-redes recordou ainda a final do Paulistão sub-20 em 2020, em que o Palmeiras conquistou o título com três grandes penalidades defendidas por Kaique, que entrou perto do final com esse propósito, tal como contou A BOLA: «Esse dia foi emocionante para mim. O segredo é trabalhar muito e estar preparado, a oportunidade aparece, não de um nada porque nós construímos, mas quando menos esperamos e temos de estar preparados e saber que os guarda-redes têm essa particularidade, porque é muitas poucas vezes que jogamos. Quando joga um o outro demora muito para jogar. Temos é de estar preparados e prontos a entrar e fazer a diferença.»